O que se assiste na Luz é a uma intensificação dos laços entre adeptos e clube, como se o benfiquismo se estivesse a aproximar de um patamar de santidade ao qual se chega por intermédio da ascese, da renúncia consciente a esses prazeres terrenos e menores que são as vitórias em campo
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A grande afluência às eleições do Benfica aconteceu num clima que classifico de desânimo participativo. Os mais de noventa mil sócios do Benfica que foram votar na segunda volta, e que assim bateram um recorde mundial, fizeram-no não porque a sobrevivência do clube estivesse em causa mas por reação homeostática. Perante uma equipa de futebol que não se mexe, o organismo associativo respondeu com um excesso de atividade para repor algum equilíbrio, numa espécie de regulação interna: quanto menos a equipa joga, mais os sócios votam.
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