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Max Verstappen e Lewis Hamilton: dois pilotos famintos, um destino eterno

Em Monza, a corrida dos dois rivais acabou assim. Será o mesmo em Abu Dhabi?
Em Monza, a corrida dos dois rivais acabou assim. Será o mesmo em Abu Dhabi?
ANDREJ ISAKOVIC/AFP via Getty Images

O Mundial de Fórmula 1 decide-se no domingo, no GP Abu Dhabi, a derradeira corrida do calendário. O neerlandês e o britânico têm os mesmos pontos, mas terão abordagens diferentes

Como será que dormem os insaciáveis competidores que se propuseram alcançar a utopia? Que dizer da catrefada de pequenas decisões que tomam cada vez que entram nos monolugares? Como manter desperto o lado certo da humanidade perante os chamamentos dos afinados e rudes motores que mordem e grunhem como quem quer reivindicar o mundo inteiro? E as mãos, que não tremem? O treino, as corridas, as estratégias e a mentalidade feroz explicam tudo e mais alguma coisa, mas, por estes dias, o circo da Fórmula 1 entrou numa qualquer dimensão divina, em que não se poupam glorificações e temores. Afinal, é somente a segunda vez desde 1950 que dois pilotos chegam à última corrida com os mesmos pontos (369,5). Este domingo, em Abu Dhabi, ou Lewis Hamilton (Mercedes) conquista o oitavo Mundial de F1, descolando finalmente do recorde de Michael Schumacher (sete), ou Max Verstappen (Red Bull) vence pela primeira vez na elite do automobilismo.

Em 1974, e depois de vencer o Grande Prémio do Canadá, Emerson Fittipaldi (McLaren-Ford) ganhou o direito a lutar pelo Campeonato do Mundo na derradeira prova, em Watkins Glen, nos Estados Unidos, onde havia celebrado a primeira vitória para o Brasil quatro anos antes. O rival era Clay Regazzoni, um piloto batido da Ferrari. Numa altura em que a vitória só valia nove pontos e só pontuavam os seis primeiros, Fittipaldi e Regazzoni somavam 52 pontos. “Era muita pressão em cima de mim e dos mecânicos”, admitiu o piloto brasileiro, 40 anos depois, em declarações à TV Globo. “Você vai para o último Grande Prémio sabendo que vai decidir o Mundial contra o outro piloto. Foi a única vez na minha carreira em que só dormi quatro horas. Não consegui dormir mais.” Fittipaldi terminou à frente do suíço e festejou o bicampeonato.

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