Quando Luisão encerrou a carreira, despediu-se agradecendo a Luís Filipe Vieira e a... Pedro Almeida. Quem? O homem que nos últimos 25 anos foi psicólogo do Benfica, tanto no futebol profissional como na formação. Foi o primeiro da área no clube, abrindo portas a outros oito psicólogos, que agora deixa para trás, para assumir projetos a solo.
Onde é que estavas em 1994?
Estava a frequentar um mestrado em psicologia do desporto, com 27 anos. Tinha de fazer uma tese e precisava de dados, e vou bater à porta do Benfica, basicamente porque o estádio da Luz era próximo da minha casa [risos]. Foi assim que tudo começou. Fascinava-me a ideia de que se trabalhasse os aspetos psicológicos podia aumentar o desempenho desportivo.
Quando entras no Benfica, tinhas o quê, uma secretária e uma cadeira?
Nem isso. Durante sete anos, fui só alguém à procura da sua existência como profissional. Tinha poucas referências de como as coisas podiam ser feitas na prática. Andei a apalpar terreno. Foi um processo que teve tanto de difícil como de interessante. Tive vontade de desistir.
Porquê?
Durante muitos anos tive de estar continuamente a afirmar a profissão. E ainda hoje, em alguns momentos. Não é de fácil compreensão para o comum dos mortais, infelizmente. No final dos anos 90 começa a haver interesse, nos anos 2000 cresce progressivamente, mas acho que nesta última década foi claramente quando se deu o maior salto, em termos de profissionais no terreno. Há cerca de 50 psicólogos com especialidade avançada em psicologia do desporto. Já houve um bom percurso em Portugal, mas estamos a falar de um universo de 23 mil psicólogos inscritos na Ordem, portanto podem parecer muitos, mas estamos a falar de pouca gente. Honestamente, sem falsas modéstias, acho que o facto de estar estes anos todos no futebol do Benfica foi abrindo algum espaço.
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