Numa manhã de janeiro com calor de primavera no Jamor, bem perto do Centro de Alto Rendimento onde vive, Nuno Borges, de 26 anos, reflete sobre os dias em que fez história em Melbourne. Tornou-se no primeiro português a chegar à quarta ronda do Open da Austrália, onde só foi derrotado por Medvedev, feito que lhe permite ascender ao 47º lugar do ranking ATP. Depois de João Sousa, é o segundo jogador nacional a chegar aos 50 melhores.
O maiato, que após acabar o secundário optou por ir estudar para os EUA, adiando a entrada no ténis profissional, e que era 388.º do mundo quando cumpriu 24 anos, olha para a presença nos Jogos de Paris como “um objetivo”, mas mantém um discurso prudente, de quem vai construindo uma história inesperada, garantindo: “As pessoas podem esperar mais de mim, mas nada mudou entre o antes e o pós-Austrália. Sou a mesma pessoa, o mesmo jogador.”
A primeira vez que falámos foi em dezembro de 2021, depois de perderes uma final num torneio na Maia, quando entraste no top 200 pela primeira vez. Foi há dois anos e um mês. Sentiste que aconteceu tudo muito rápido?
Sim, sim. Os últimos três anos foram anos de muitas primeiras vezes: participar na Taça Davis, primeiras fases de qualificação de Grand Slams, primeiros quadros principais de Grand Slams, vencer challengers maiores, jogar ATP’s. Foi tudo, sem dúvida, muito rápido. Tenho superado as expectativas.
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