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“Não é concebível o Estado português ter um orçamento para o desporto que é inferior à dotação que tem só a Federação Portuguesa de Futebol”

“Não é concebível o Estado português ter um orçamento para o desporto que é inferior à dotação que tem só a Federação Portuguesa de Futebol”
TIAGO MIRANDA
No retrato que faz sobre as prioridades para o país em matéria de Desporto e o que dizem os partidos políticos em tempos de campanha, José Manuel Constantino, em entrevista à Tribuna Expresso, lança críticas ao modelo, e ao valor do financiamento em vigor e alerta para a necessidade de uma cada vez maior profissionalização do movimento associativo e federado para responder às novas exigências. O presidente do Comité Olímpico de Portugal lamenta haver partidos copiões, outros que querem equiparar os Esports a Desporto e avisa que os apoios do Estado para a área são uma obrigação e não um favor

Estamos em plena campanha eleitoral para as próximas legislativas de 10 de março. O que ainda não foi feito no desporto português que é urgente realizar?
Nas propostas que apresentámos aos diferentes partidos políticos sinalizamos três situações: reforma do modelo de financiamento público ao desporto, reforma do modelo de administração pública desportiva e a atualização do estatuto do dirigente desportivo benévolo. E depois um conjunto de medidas de caráter subsidiário que decorrem das propostas que ao longo dos últimos 10 anos temos apresentado ao Governo e à administração pública desportiva. São os pilares fundamentais que a futura governação deve dar atenção prioritária.

Teve algum acolhimento dessas propostas?
Um acolhimento do ponto de vista conceptual e doutrinário, mesmo com o
Governo, não posso dizer que ele tenha sido de todo negativo. Aquilo que considero é que nunca houve na governação com quem me relacionei nos últimos 10 anos músculo político para poder impor ao sistema desportivo reformas significativas que o moldem de uma forma distinta do modelo atual, que foi introduzido pela reforma do último Governo do PSD, por iniciativa do ministro Miguel Relvas e do secretário de Estado Alexandre Mestre, e que foi juntar a administração pública desportiva e a administração pública da Juventude num mesmo Instituto.

Concorda com esse modelo?
Não, discordo. E por isso propomos que essa seja uma medida central de qualquer política de governação.

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