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“Neste momento, quem sustenta o Desporto em Portugal são as famílias. Quem pode pagar, paga e acede, quem não pode é deixado para trás”

“Neste momento, quem sustenta o Desporto em Portugal são as famílias. Quem pode pagar, paga e acede, quem não pode é deixado para trás”
Confederação de Desporto de Portugal
Daniel Monteiro tomou posse como presidente da Confederação do Desporto de Portugal (CDP) em dezembro e já apresentou aquelas que considera serem as cinco prioridades políticas para o próximo Governo. Em entrevista à Tribuna Expresso, explica e justifica algumas delas como, por exemplo, a necessidade de haver um Ministro do Desporto. Defende também um modelo de financiamento com a inclusão de verbas objetivas no Orçamento do Estado que aproxime o peso do Desporto na economia portuguesa dos 1% do PIB

Qual a primeira crítica que às políticas para o Desporto em Portugal?
Este ano celebramos 50 anos em democracia e a verdade é que se olharmos com cuidado não vemos uma reforma de fundo que tenha revolucionado ou reformado estruturalmente o Desporto em Portugal. Houve uma ausência de reformas estruturais capazes de alavancar o setor, quer ao nível do número de praticantes federados que neste momento anda na ordem dos 7% de acordo com o total de população, um número baixíssimo; e que, por outro lado, desse também maior competitividade internacional ao nosso setor na elite desportiva. E estes são os dois grandes objetivos de qualquer país desenvolvido, ter uma base de praticantes alargada, um país ativo, e competitivo no plano internacional da elite desportiva. Para responder a isso, priorizamos cinco ações em concreto.

A primeira das vossas prioridades é a criação de um plano estratégico para a década. Com que objetivo concreto?
Em primeira instância temos vários planos de ação, vários documentos estratégicos de forma avulsa, mas não temos um documento que, de facto, comprometa o governo e os partidos a assumir o desporto como prioridade nacional. É isso que queremos com um plano estratégico para a década, que dê resposta a vários desafios, mas acima de tudo faça uma avaliação de onde estamos e para onde queremos ir, com objetivos concretos e estabelecidos com as federações, com as associações, com os clubes e que defina também metas intermédias, com critérios de avaliação que são objetivos. Nunca tivemos um plano estratégico para o desporto em Portugal, pensado a médio, longo prazo, como acontece e como aconteceu em outros países, que depois acabou por ter resultados visíveis. Posso dar o exemplo do Reino Unido, em que foi feito um plano estratégico muito virado para o alto rendimento, porque já era um país ponto de vista de bases mais organizado que o nosso.

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