Na primavera de 2018, Casper Ruud tinha 19 anos e era mais um adolescente de um país sem grande tradição de ténis a tentar triunfar entre a dureza do circuito Challenger, a divisão secundária da modalidade onde centenas de cães lutam pelo osso da presença nos maiores torneios. Entre as voltas ao mundo que a vida de um jogador exige, o norueguês veio a Braga disputar um torneio.
Essa competição disputou-se uma semana depois de João Sousa vencer o Estoril Open. Então, Ruud notou que se “falava imenso do João nas televisões e jornais”, reparou que o vimaranense “estava em todo o lado” e “a mudar a cultura de ténis” de Portugal.
Aquela ideia ficou para sempre na mente do nórdico, que apreciava “o estilo e intensidade” do minhoto e traçava paralelismos entre as realidades do ténis no seu país e em Portugal. “O João estava a inspirar outros, era o grande embaixador do ténis português, e ver aquilo numa nação que não era uma potência histórica do ténis foi importante para mim”, confessa em conversa com a Tribuna Expresso.
Ruud, 8.º do ranking ATP no qual já foi 2.º, fala a meio da terça-feira que, no Estoril Open, foi ausente de ténis. Relaxado e simpático, confessa que reagiu com “surpresa” à ausência do torneio português da primeira versão do calendário ATP para 2025, adjetivando-a como “um pouco triste” e desejando que, “de alguma forma, o Estoril possa continuar”.
O principal circuito de ténis profissional não tem qualquer paragem na Noruega, mas Casper diz que o seu país “adoraria ter” um torneio ATP. E até olha para o Estoril como possível exemplo: “Montam um belo show aqui. Tento aprender algo quando cá estou, porque, se algum dia tivermos um torneio na Noruega e eu, de certa maneira, estiver envolvido, posso levar estes conhecimentos para lá, já que mostram que é possível para um país que não é uma grande nação de ténis ter um belo torneio.”
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