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Com “uns chocolates a mais” e aos 41 anos, Robinho ganhou o primeiro título do SC Braga no futsal que lhe pagou a renda

Com “uns chocolates a mais” e aos 41 anos, Robinho ganhou o primeiro título do SC Braga no futsal que lhe pagou a renda
SC Braga
Ao bater o Sporting na final, o SC Braga conquistou a Taça de Portugal de futsal, o primeiro troféu da história do clube minhoto na modalidade. O feito deixou Robinho, experiente jogador de 41 anos, emocionado. Em entrevista à Tribuna Expresso, confessa que “esta é uma das medalhas mais especiais da carreira” mesmo para ele, que tem duas Ligas dos Campeões no currículo

Poucos percebem tanto de personificar a ousadia como Robinho. O sistema magnético que une o pé esquerdo e a bola funciona a tempo inteiro. Enquanto todos os colegas estão no ataque, o internacional russo controla o jogo a partir do meio-campo defensivo, só com o guarda-redes nas costas (às vezes, nem isso). Tem diante de si um defesa que se começa a roer de inveja com a ginga. Assim que o adversário lhe tenta roubar a bola, Robinho vai por ali fora. É uma jogada de risco, mas, conta, nas mil vezes que a fez poucas correram mal.

O levezinho nascido no Recife esteve dez anos na Rússia. Além da cidadania, ganhou também a segunda Liga dos Campeões da carreira. Esteve em três Mundiais e quatro Europeus, mas foi a Taça de Portugal que conquistou no SC Braga – o primeiro título da história do clube na modalidade – que o fez chorar de alegria. Aos 41 anos, participou no duelo com o Sporting que os guerreiros venceram por 5-3 (após prolongamento), em Sines, depois várias cambalhotas no marcador.

No que resta de uma temporada que já é histórica, Robinho deseja dar aos minhotos o campeonato nacional. A acontecer, não será um feito inédito para o ala. Conhece esse sabor dos tempos do Benfica, onde esteve entre 2017 e 2022. A Luz apresentou-lhe também Joel Rocha, treinador que reencontrou a norte. Comandado e comandante são separados por apenas dois anos e já são precisas poucas palavras para se entenderem. Foi ao técnico português que fez a promessa de que, apesar da idade, não se ia arrastar, porque “sonhava com títulos” nos arsenalistas. Não são sonhos de menino, mas também contam.

No sítio onde guardas as medalhas, que são muitas, já arranjaste espaço para mais uma?
Nestes casos, arranjamos sempre um espacinho. É o menor dos problemas. O difícil mesmo é conquistá-las. Sei que é uma Taça de Portugal. Tenho títulos, talvez, mais importantes, mas, pela maneira como foi e pela importância que teve para o clube, esta é uma das medalhas mais especiais da minha carreira.

No final do jogo contra o Sporting, apesar da experiência, ficaste muito emocionado. Porquê?
Poucas pessoas acreditavam que o SC Braga podia ser campeão. O meu sentimento ali é por aquilo que está a ser construído. Pensei “com 41 anos, estou na história deste clube”. Poucas pessoas diriam que, depois de sair do Benfica, ia conseguir continuar a ganhar. Recebi chamadas de pessoas a dizer que também se emocionaram quando me viram chorar. Isso não tem preço.

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