Olhamos para os rankings mundiais de trampolins e Pedro Ferreira surge no grupo de quatro atletas que partilham o 5.º lugar. É um dos melhores do Mundo, ao lado de Gabriel Albuquerque, outro português que brilhou esta época e que será o representante de Portugal nos Jogos Olímpicos de Paris, depois do 4.º lugar nos Mundiais, onde Pedro Ferreira foi 7.º.
Há apenas 16 vagas para a prova olímpica e Portugal tem apenas uma delas. Campeão da Europa pouco depois de ficar definida a essa vaga, Pedro admite o sentimento agridoce, mas sublinhando sempre que o lugar está “justamente preenchido”, lembrando o grande ambiente que se vive numa seleção nacional que se tem fartado de ganhar medalhas para Portugal em Europeus, Mundiais e Taças do Mundo.
No início de abril, Portugal foi a nação que mais medalhas ganhou nos Europeus de trampolins de Guimarães (11, três de ouro, três de prata e cinco de bronze). Pedro Ferreira, que partilhou o pódio na competição individual com o colega de treino no Sporting, Diogo Abreu (3.º), sublinha a qualidade dos treinadores portugueses e o apoio dos clubes e da federação para o florescer dos trampolins em Portugal.
Apaixonado pela performance e pelo treino, Pedro Ferreira fala com a Tribuna Expresso no dia de regresso aos treinos, apenas quatro dias após o título europeu, com a certeza que o sonho olímpico ainda não morreu.
Não há grande descanso para um campeão europeu, já estás aqui pronto para começar a treinar de novo, dias depois do título.
Sim, mas também parte um bocado de mim. Nós podemos parar mais tempo nesta altura. Vou voltar aos treinos, mas não é com o intuito de voltar ao ritmo com que estava antes, é mais porque eu treino todos os dias, estou habituado a treinar todos os dias e também não o fazer, não vir aqui às duas e meia da tarde, também se torna um bocado esquisito na minha vida, fico um bocado a olhar para o ar. Não é que eu não tenha mais nada que fazer - eu estou a estudar -, mas é como se fosse aquilo que me deixasse bem de cabeça, não é? Vir treinar é algo que eu gosto, dá-me felicidade. É mais por aí, também mexer o corpo, acho que é importante.
És de Vila do Conde. O que é que aproveitaste para fazer lá nestes poucos dias de pausa?
Sempre que posso ir a casa aproveito para ir e especialmente neste momento em que acabei de ter uma conquista muito grande... gosto de estar nestes momentos com os meus pais, porque a verdade é que eles é que apoiaram a minha carreira e é com eles que eu gosto de partilhar estes momentos. E é sempre mais calmo estar lá em cima, deu para ir passear o meu cão, estar em casa no sofá, aquelas coisas mais calmas, sem ter que pensar em grande coisa. Deixei tudo para o dia seguinte, também é preciso.
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