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A descoberta interior de Jaime Faria, que quase subiu até Roland-Garros sem sair de Portugal: “Não tinha noção que tinha tanta resiliência”

A descoberta interior de Jaime Faria, que quase subiu até Roland-Garros sem sair de Portugal: “Não tinha noção que tinha tanta resiliência”
Sara Falcão/FPT
O jovem de 20 anos começou 2024 no 411.º lugar do ranking, mas, jogando sempre em solo nacional, já subiu até ao 230.º que o deixa a “olhar para a calculadora” para saber se fará a estreia num Grand Slam. Em entrevista à Tribuna Expresso, o fã de Tsonga, Monfils ou Messi conta como olha para o ténis “de uma maneira divertida” e cresce “como homem e jogador” no grupo de treino que a Federação montou no Centro de Alto Rendimento
A descoberta interior de Jaime Faria, que quase subiu até Roland-Garros sem sair de Portugal: “Não tinha noção que tinha tanta resiliência”

Pedro Barata

Jornalista

No começo do século XXI, várias estrelas já retiradas do ténis mundial passaram pelo Vale do Lobo Grand Champions. Yevgeny Kafelnikov, Thomas Muster, Goran Ivanisevic ou Stefan Edgberg desfilaram pelo torneio que exibia velhas glórias da bola amarela.

Por volta de 2010, um pai que era aficionado do jogo das raquetes decidiu levar os dois filhos à competição. O mais velho tinha seis anos, o mais novo quatro. A maior parte das crianças que estava no Grand Champions ficava pela zona criada para os pequenos brincarem enquanto os maiores deleitavam a vista com as lendas de outrora. Mas, naquela família que residia no Algarve, havia uma exceção.

Jaime Faria, de meia-dúzia de voltas ao sol passadas no mundo dos vivos, pedia ao pai para assistir aos encontros. Havia qualquer coisa que o fascinava no voar das bolas, no barulho das raquetes a cada pancada, na magia do court, do público.

Bebida aquela experiência, pediu aos pais para começar a jogar ténis. “E, bem, tem sido a minha vida”, diz, 14 anos passados.

Nesta vida que leva duas décadas de existência, a inspiração do torneio de Vale do Lobo é o tiro de partida para uma viagem que, em 2024, tem conhecido uma ascensão fulgurante. Nem Jamie Faria “esperava um arranque de temporada assim”.

Partiu para a época na 411.ª posição do ranking ATP, mas uma sequência brutal de triunfos projetou-o para 230.º. Venceu 27 dos 33 encontros que disputou na temporada, ganhou quatro torneios de seguida no Algarve — em Vila Real de Santo António, Faro, Quinta do Lago e Vale do Lobo —, furou a fase de qualificação do Estoril Open.

No Challenger de Oeiras, chegou às meias-finais, quando perdeu contra Francisco Comesana. Uma vitória ter-lhe-ia assegurado, matematicamente, a presença no qualifying de Roland-Garros. Agora fica “a olhar para a calculadora”, resume, aguardando por desistências que o possam levar a Paris.

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