A “vontade em melhorar” do professor Neemias Queta no fantástico mundo da NBA, onde até viu o Homem-Aranha ser levado pela polícia

Jornalista
Dentro do mercado das ambições, há ofertas de todo o tipo. Neemias Queta, graças à distância que separa os seus pés do seu cocuruto, está forçosamente obrigado a sonhar alto. No topo daqueles 2,13m, muito do que foi imaginado está já vivido.
O primeiro português a... jogar na NBA. O primeiro português a... assinar um contrato-padrão com uma equipa da NBA. O primeiro português a... jogar nos playoffs da NBA. O primeiro português a... ser campeão da NBA.
A anáfora persegue-o. É pioneiro em tudo o que faz na liga de basquetebol norte-americana que, mesmo para alguém da sua altura, é enorme na dimensão e no alcance. Parte desse tsunami de influência que é a NBA chega a Portugal, onde os Boston Celtics, em condições normais, nunca jogam antes da hora que encerra um dia e marca o início de outro. No entanto, em Portugal, não faltou audiência para a campanha histórica da equipa do Massachusetts. Porque queria “dar algo em troca à comunidade”, Neemias Queta organizou um campo de treinos que batizou com o seu nome, dando a oportunidade a 40 jovens jogadores de basquetebol de treinarem junto do gigante do Vale da Amoreira.
Passaram dois meses desde que os Boston Celtics conquistaram a NBA pela 18.ª vez. Neemias Queta concorda com Noah Lyles quando o velocista norte-americano diz que ser vencedor da NBA não é ser campeão do mundo. Ainda assim, é logro que merece um festejo condizente. A cerimónia de entrega dos anéis de campeão está marcada para o arranca da próxima temporada. Nesse momento, Neemias Queta terá a família junto de si nos Estados Unidos, o que não aconteceu quando conquistou o título. O pai morreu na véspera dos Celtics terem fechado a série no TD Garden, contra os Dallas Mavericks. Dias mais tarde, a multidão eufórica nas ruas de Boston reconfortou-o.
Na próxima época, Neemias Queta vai continuar nos Boston Celtics. No entanto, a disputa por uma presença na rotação não se prevê menos acérrima. O jogador de 25 anos promete trabalhar para somar minutos. Deseja, um dia, ser eleito um dos melhores defensores da NBA. Não vale a pena alguém tentar travar aquele que ganhou uma maratona contra o impossível.
Tem alguma questão? Envie um email ao jornalista: fsmartins@expresso.impresa.pt