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Gustavo Capdeville e o segredo da seleção de andebol: “Vamos ao lago gelado ao lado do hotel e metemos as nossas pernas ali 5 ou 10 minutos”

Gustavo Capdeville e o segredo da seleção de andebol: “Vamos ao lago gelado ao lado do hotel e metemos as nossas pernas ali 5 ou 10 minutos”
Stuart Franklin

O guarda-redes que mais tempo tem passado na baliza da seleção nacional neste Mundial diz que o pleno de vitórias na fase de grupos, mais do que uma surpresa para a equipa, é a confirmação para os rivais de que Portugal tem qualidade para brilhar na competição. Fala ainda do amuleto que usa a cada jogo para manter a memória de Quintana e conta aquele que tem sido um dos segredos da recuperação física (e não só) dos jogadores: o curioso ritual, após o treino, de mergulhar as pernas num lago mesmo junto ao hotel na Noruega, onde as temperaturas estão em níveis negativos

Com apenas 27 anos, Gustava Capdeville já é praticamente um veterano nestas andanças da seleção de andebol, que desde 2020 só perdeu uma grande competição (o torneio olímpico de Paris, mas não o de Tóquio). Frente à Noruega, jogo em que Portugal garantiu o pleno na fase de grupos do Mundial e a ida para a main round com quatro pontos, cenário perfeito, o guarda-redes do Benfica foi decisivo, com 15 defesas. Ainda assim, inexplicavelmente, não foi considerado o melhor em campo. Algo que não o incomoda, confessa: o mais importante é mesmo o prémio coletivo da vitória.

Numa curta conversa com a Tribuna Expresso, em vésperas do jogo com a Suécia (17h, RTP2), o jogador da seleção conta como Portugal já é visto com mais respeito pelos adversários, porque é também uma “das melhores equipas do mundo”, e da crioterapia natural que a equipa encontrou mesmo ao lado do hotel em Baerum, na Noruega.

Olá Gustavo, antes de tudo queria lamentar o furto de que foste alvo na Noruega. Roubaram-te o prémio da MVP do último jogo.
Não tem problema, eu não jogo para prémios individuais. Prefiro sempre assim: eles levam o prémio individual e nós levamos a vitória, que é o prémio coletivo.

Mas perdeste a oportunidade de conhecer os príncipes da Noruega.
Fico feliz assim, fico bem como estou, dispenso.

Estive a olhar para as estatísticas do Mundial e és o guarda-redes com maior percentagem de defesas a remates a 6 metros. Para ti, quanto mais perto o tiro melhor?
Estou numa boa fase aos 6 metros. As coisas têm-me corrido bem aos 6 metros, mas quanto mais longe rematarem melhor [risos]. Eu penso sempre assim. Mas tenho tido a sorte e a qualidade para conseguir defender os remates mais próximos.

É preciso um bocadinho de coragem encarar estes remates? Há quem diga que um guarda-redes de andebol tem de ter sempre um elemento qualquer de loucura.
Já é normal dizerem isso sobre os guarda-redes, que é preciso sempre ter um pouco de loucura. E coragem. Mas os guarda-redes têm de ser assim, ter sempre um pouco de loucura para poder levar com bolas [risos].

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