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Há “uma coisa muito bonita” reservada para a seleção de andebol. Assim pensa Luís Frade, o homem de ferro que faz um “trabalho titânico”

Há “uma coisa muito bonita” reservada para a seleção de andebol. Assim pensa Luís Frade, o homem de ferro que faz um “trabalho titânico”
Susana Vera
No Mundial de andebol, Luís Frade tem sido o jogador mais utilizado por Portugal. Meteu-se com gente do seu tamanho quando a seleção nacional enfrentou a Suécia. Não lhe correu mal, tendo marcado sete golos. No próximo jogo da main round, avizinha-se um confronto de semelhante envergadura diante da Espanha (sexta-feira, 14h30, RTP2). Em caso de vitória, a equipa de Paulo Pereira garante uma inédita presença nos quartos de final

Da última vez que a Tribuna Expresso conversou com Luís Frade, o pivô disse ostentar os “quilinhos” necessários para ajudar Portugal a bater-se com as maiores potências do andebol. Neste Mundial de 2025, o escudo montado com base na corpulência do jogador do Barcelona permanece preponderante face a adversários que a multiplicam por um maior número de constituintes. A raridade dos superpoderes do megálito de jogador impulsiona o selecionador, Paulo Jorge Pereira, a espremer, na defesa e no ataque, o proveito retirado das inatas condições do seu missionário. Contra a Suécia (37-37), Luís Frade arcou com 54 minutos em campo, consagrando-se como o jogador português mais utilizado no torneio ao fim de quatro jogos (nem Gustavo Capdeville, o habitual guarda-redes, o destrona).

O bastião de 26 anos com cabelo à samurai foi o melhor marcador de Portugal diante dos nórdicos, com sete golos, seis deles na borda da área, onde tem por hábito finalizar com a finesse e os trejeitos de pulso típicos de um ponta. Desse encontro, o primeiro na main round, Portugal saiu desgostoso, mesmo que depois de “uma noite com a cabeça na almofada” o resultado pareça não ter sido “assim tão mau”. Tanto não foi que, graças à vitória da Noruega contra a Espanha (25-24), os Heróis do Mar ‘só’ têm que ganhar aos vizinhos para conseguirem uma inédita presença nos quartos de final. O melhor é Portugal poupar-se às contas, essas “ficam para a escolinha”.

O Gustavo Capdeville revelou que um grupo de jogadores tem por hábito ir ao lago que há à frente do vosso hotel molhar as pernas. Já trataram disso hoje?
Ainda não, vamos depois do treino.

O grupo és tu, o Gustavo Capdeville e o Leonel Fernandes. Não conseguiram que mais ninguém se juntasse à vossa causa?
De vez em quando há uns que se juntam, mas não tão amiúde como nós.

Não são tão corajosos.
É... Temos um grupo fechado.

Tem servido efetivamente para recuperares? És o jogador mais utilizado da seleção. No Mundial, nunca jogaste menos do que 45 minutos e, contra a Suécia, foram 54'.
Claro. Numa competição como esta, temos que recuperar de todas as maneiras possíveis. Estes banhos de gelo ajudam sempre. É uma fórmula mais do que comprovada. Simplesmente, nós divertimo-nos a meter as pernas num pedaço de mar que está aqui à beira do hotel.

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