Quando alguém ganha consciência de que existe, muito devido ao tempo que toma o ser humano até ser capaz de fazê-lo, leva a que o momento em que se nasce não seja exatamente o momento em que se acorda para a vida.
Para Sergey Hernández, o Big Bang aconteceu quando tinha três anos, altura em que se apercebeu da existência, sua e do mundo. Até essa fronteira biográfica, viveu na Rússia. “Não me lembro de nada. É complicado, era muito pequeno”, confessa. Nascido em Kropotkin, foi adotado por um casal espanhol composto por um saltador em altura, José Luis Hernández, e uma velocista olímpica, Goya Ferrer. Três meses depois já falava castelhano.
“Era uma criança muito ativa. Gostava muito de ver desporto, mas sobretudo de praticar. Era feliz, risonho, alegre, contente.” Partilha com a Tribuna Expresso uma enumeração das modalidades que praticou, mas admite pecar por escassa: futebol, ténis, beisebol, natação e “mais e mais”. “Para os meus pais era igual.”
Da pinhata de modalidades, agarrou no andebol. Nada melhor para quem se dedica ao jogo da batata quente em modo profissionalizado do que ir com os pais viver para a Dinamarca, onde o andebol “é o desporto rei”. Sergey deixou então Navarra para acompanhar o pai, contratado para ser preparador físico do Kolding.
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