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José Gomes Mendes, candidato à Liga: “É tempo de garantir uma classe média dos clubes portugueses, sem fragilizar os maiores”

José Gomes Mendes, candidato à Liga: “É tempo de garantir uma classe média dos clubes portugueses, sem fragilizar os maiores”
Defende que mais do que definir milhões quanto a um preço, importa ter um modelo sólido de centralização dos direitos televisivos, salientando que “não podemos avariar a locomotiva do nosso futebol” de modo a que haja mais equipas a jogar na Europa. José Gomes Mendes, atual presidente da Assembleia Geral da Liga de Clubes, é um dos dois candidatos à presidência da entidade a quem a Tribuna Expresso fez 15 perguntas antes das eleições da próxima sexta-feira e identificou os “défices evidentes” do futebol português: “muitas infraestruturas não estão ao nível exigido, os estádios apresentam zonas técnicas e de público obsoletas, e há carência de relvados de qualidade.”

Que avaliação faz dos cinco anos de Pedro Proença na liderança da Liga?
Pedro Proença liderou a Liga num período exigente e merece reconhecimento por isso. Profissionalizou a estrutura, estabilizou financeiramente o organismo e soube representar a Liga com dignidade. Trabalhei de perto com ele durante este percurso, acompanhei de forma próxima os desafios e as decisões mais relevantes. Agora, entramos num novo ciclo. Foi com essa consciência que decidi candidatar-me – não para romper, mas para dar continuidade ao que foi bem-feito e melhorar o que precisa de ser reforçado, com um novo projeto, uma nova energia e uma equipa preparada para os desafios atuais. E, como em qualquer projeto com exigência e responsabilidade, o passo seguinte foi reunir uma equipa com provas dadas, credível e com influência direta nas áreas mais críticas do setor: nomes como José Couceiro, Pedro Mendonça e João Vale Ferreira dão corpo a esse compromisso com a competência e com o futuro da Liga. É tempo de elevar o patamar competitivo, valorizar o produto Liga Portugal e garantir uma classe média dos clubes portugueses, sem fragilizar os maiores.

O ano passado, Proença disse que o objetivo era vender os direitos audiovisuais da I Liga por 300 milhões de euros. Concorda com este ‘preço’?
O número por si só não pode ser o objetivo. A meta deve ser criar um produto com valor crescente, estruturado de forma credível, capaz de atrair investimento estratégico. Se o processo for bem-feito, com uma abordagem semelhante à seguida noutras Ligas – onde houve investimento à cabeça e uma trajetória clara de crescimento – podemos aproximar-nos de um número relevante. Mas mais importante do que discutir um preço, é garantir que o modelo é sólido e serve todos os clubes. Para isso, temos de pensar o produto em várias dimensões – produção, conteúdos, inovação, distribuição –, apostar nos conteúdos non-live, no streaming e na internacionalização segmentada.

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