Treinador de futebol
Selecionador: Julian Naglesmann
Melhor resultado: campeões em 1972, 1980 e 1996
A equipa da casa entrará em campo para tentar recuperar o prestígio perdido depois da vitória no Brasil do Mundial de 2014. De lá para cá, passou a geração que conseguiu chegar de forma constante às meias-finais de provas de seleções e se não jogasse em casa poucos a considerariam favorita. Julian Naglesmann, o prodígio da escola alemã de treinadores, tem como missão galvanizar o país com um futebol jogado que se traduza em resultados. O que não se afigura fácil tendo em conta as recentes convulsões entre jogadores e treinadores na seleção alemã.
Entre o 1-3-4-2-1 e o 1-4-2-3-1, o jovem treinador procura a forma de conciliar Kimmich, Kroos, Gundogan, Musiala e Wirtz. Percebo que no papel possa parecer tarefa fácil, contudo, estamos a falar de jogadores que, apesar de alguma polivalência, são marcantes numa abrangência de espaço muito idêntica - corredor central. As vitórias com a França e com os Países Baixos, em jogos de preparação, utilizando o 1-4-2-3-1, permitiram à equipa ter conforto em posse, dominar o jogo territorialmente, e ter a coesão defensiva de quem perde poucas vezes a bola com a equipa exposta. A proximidade entre os jogadores permitia recuperar rápido a bola, e aí, a Alemanha mostrou argumentos para ferir os adversários com transições ofensivas para ataque-rápido.
Wirtz e Musiala já são certezas, apesar da longa carreira que ainda os espera. É para estes dois miúdos que estão apontadas grande parte das esperanças de recuperação do fulgor futebolístico alemão. Terão tanto mais rendimento quanto mais confortáveis estiverem com as suas missões técnico-táticas, assim como o rendimento coletivo tenderá a cair quando estes dois não estiverem nas condições que necessitam para marcar a diferença no jogo. Um condimento necessário para ambos é a liberdade para se movimentarem nos espaços entrelinhas, e terem uma equipa que os procure e consiga descobrir nesses espaços.
Em construção alta, já dentro ou à entrada do meio-campo defensivo, não será estranho ver Kroos baixar para ter mais tempo e espaço para ligar o ataque e ajudar os centrais na construção. Nesse momento, para lá do posicionamento mais fixo do outro médio centro à frente dos três jogadores da construção, e da largura garantida nos dois corredores pelos dois laterais, há quatro jogadores que se escondem nas costas da linha média adversária, fazendo movimentos constantes de aproximação da bola, sem que possam ser referenciados ou marcados pelos médios rivais por aparecerem pelo seu lado cego. Naglesmann quer uma equipa com capacidade para jogar curto e sair de zonas congestionadas com a bola controlada, mas também de aproveitar rapidamente o espaço do lado contrário no caso de o adversário ficar atraído pelo lado da bola.
Do ponto de vista defensivo a Alemanha coloca-se em 1-4-4-2, encurtando muito as linhas para pressionar, não permitindo espaços entre linhas, sobretudo entre os seis jogadores que pressionam mais à frente. Se optar por pressionar na área adversária, aparece uma espécie de 1-4-2-1-3 com o avançado a pressionar o guarda-redes, os extremos responsáveis pelos centrais, o médio mais ofen-sivo em cima do médio defensivo adversário, e um dos médios a bascular para o corredor lateral por forma a prevenir uma entrada da bola no lateral adversário. Poderão, neste momento de pressão, obrigar a que um dos defesas centrais saia da linha defensiva para apertar algum jogador adversário que apareça mais só no espaço dentre os defesas e médios da mannschaft.
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