UEFA Euro 2024

Roberto Martínez está tranquilo antes de os “apaixonados” entrarem no Euro: “Nasci numa sexta-feira 13, não sou pessoa de superstições”

Roberto Martínez está tranquilo antes de os “apaixonados” entrarem no Euro: “Nasci numa sexta-feira 13, não sou pessoa de superstições”
PATRICIA DE MELO MOREIRA/Getty

Na antevisão ao jogo com Chéquia (terça-feira, 20h, SIC), o primeiro de Portugal no Europeu, o selecionador nacional falou em português, inglês e espanhol para explicar que a equipa estará “no nível máximo” após os três encontros da fase de grupos, garantiu que os jogadores estão preparados e que o melhor cognome para lhes colocar será o que reflita a sua “paixão no treino e por representarem o país”. Daí, então, os “apaixonados”

O balanço do estágio antes da estreia no Euro

“Acho que o período de preparação foi muito bom, correu bem, o objetivo era claro. Tínhamos objetivos táticos, de preparar os conceitos que amanhã e nos outros jogos precisamos de demonstrar. E, individualmente, foi muito bom. Todos os jogadores estão aptos, todos tiveram minutos, todos têm valências diferentes. Jogadores em quem tínhamos algumas dúvidas físicas estão em perfeitas condições. E depois, temos três guarda-redes que já mostraram que a equipa pode ganhar jogos com eles na baliza.”

Portugal vai jogar com dois ou três centrais?

“São só 24 horas, precisam de esperar. Estamos perto. Para nós é muito claro o que queremos fazer, mas ainda não falei com os jogadores, temos mais um treino hoje. Posso só dizer que o Diogo Costa vai estar na baliza. Já falei com os três guarda-redes, que têm trabalhado muito bem, mas acho que os guarda-redes precisam de uma preparação diferente antes de um jogo. É importante que o Diogo Costa saiba que vai estar no onze.”

A seleção está pronta?

“Começamos um período novo, que é competitivo. Temos três jogos, é só isso. A competitividade do balneário é mais forte agora. Precisamos de trabalhar bem, de mostrar valências sem bola, psicológicas, de que podemos enfrentar adversidades durante o jogo - que vão acontecer. Faz parte de ser uma equipa. Acho que está preparada, mas ainda não estamos ao nível máximo - só lá poderemos chegar depois dos três jogos da fase de grupos.”

Ronaldo vai jogar o 6.º Europeu

“É muito importante. Para mim, a mistura de experiência e talento no balneário é muito importante. E temos isso bem representado com o Cristiano e o Pepe, são os dois jogadores mais velhos do torneio. Depois, temos jogadores como o João Neves e o Chico Conceição, que estão a mostrar uma influência importante durante os jogos. A mistura é necessário e está tudo ligado com o mesmo foco e compromisso. Isso é essencial.”

Francisco Conceição

“O Chico teve uma estreia no onze, mas tem um processo. Acho que é um jogador diferente para nós, vertical, em situações de um contra um na ala direita, é um perfil importante. Mas, depois do primeiro jogo, havia um plano. Tem uma explosão e precisávamos de o recuperar bem, nos últimos dois treinos esteve a um nível muito, muito alto. Agora, é a competitividade e deixar o futebol tomar decisões.”

Os efeitos de derrota com a Croácia

“Precisamos de relembrar que o jogo era amigável: quando os ganhas, o resultado final não tem muito significado; quando perdes, não tem muito significado. Analisámos o jogo, como os outros, foi importante para nós mostrar o que pode acontecer ao sofrer um golo nos primeiros minutos, nunca tinha acontecido. Foi importante, mas… era um jogo de preparação, para crescer. Depois desses 90 minutos, a equipa ficou mais bem preparada.”

Tem alguma superstição?

“É uma resposta aborrecida, mas não. Eu nasci numa sexta-feira 13, não sou pessoa para ter superstições.”

Consegue desfrutar durante estas competições?

“O futebol internacional muda, temos muito tempo para preparar os jogos, é importante estar tranquilo e ter um plano de trabalho. Quando não posso terminar o plano é difícil poder desfrutar. Mas, como experiência, utilizas melhor o tempo, estás tranquilo para ajudar a dar soluções e ideias táticas para ajudar os jogadores. Se consigo ter o tempo bem utilizado, posso desfrutar.”

A forma de jogar da Chéquia

“É um estilo muito claro. A estrutura tática pode mudar - linha de quatro ou de cinco -, mas gosto muito do estilo, de pressão alta e de arriscar, tem jogadores que querem de marcar golos. Têm o Soucek que tem feito épocas consistentemente muito boas, o Patrik Schick, campeão na Alemanha… têm jogadores com ideias claras. A formação individual marca o estilo da Chéquia, que joga para ganhar de uma forma em que gosta de tomar risco. Será um jogo fantástico para um adepto neutro.”

Quão importante é vencer o primeiro jogo?

“É importante ganhar e perceber como ganhar, estamos concentrados em jogar bem, interpretar os conceitos e trabalhar duro. Vencer é consequência de um bom desempenho. Vencer o primeiro jogo não nos qualifica, mas também não nos elimina se perdemos. O importante é concentrarmo-nos em crescer.”

Esta geração de jogadores portugueses pode vencer o Europeu?

“Acho que a fase de apuramento mostrou que o grupo está com uma atitude, uma mentalidade e um compromisso muito importantes. Agora não há nada mais do que três jogos e precisamos de demonstrar o nível que temos no torneio. O Cristiano é o único jogador a jogar cinco Europeus, agora o sexto, é importante a sua experiência. Como equipa, precisamos de enfrentar momentos de adversidade durante o torneio para ver se temos o nível para chegar longe.”

Como vê o Ronaldo atual?

“O Ronaldo está na seleção por mérito próprio, ninguém vem à seleção nacional só por ter nome, marcou 51 golos em 50 jogos. Representa consistência. E marcou nove golos na qualificação. Para nós, é um goleador, é alguém capaz de executar o último movimento, que pode abrir defesas, que ao longo dos anos foi mudando ligeiramente a sua forma de jogar. O que posso dizer é que está cá por mérito próprio e os números falam por si.”

Já há cognome para esta seleção? Foi Roberto Martínez que eliminou Portugal no Europeu anterior

“Recebi muitas palavras e ideias, acho que a melhor é a nossa seleção mostrar paixão: a treinar, a vestir a nossa camisola, a representar o país. Apaixonados é a palavra que melhor descreve os jogadores. Depois, no futebol de seleções não podes comparar torneios. Estamos a falar de um Europeu durante a covid-19. Posso ver o nosso balneário, que está preparado. Isso é o que podemos avaliar.”

Vai voltar só a 15 de julho para Portugal?

“Precisamos de acreditar, de sonhar. Se não sonharmos, é difícil ter sucesso no futebol. Mas também temos de ter a responsabilidade de jogar bem. Amanhã é importante demonstrarmos que podemos jogar com as expetativas em torno da seleção. Depois dos três primeiros jogos poderemos avaliar. Trouxe sete camisas, agora é ver o nível que vamos demonstrar nos jogos.”

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