Seja em encontros da seleção húngara, em partidas internacionais dos clubes do país ou numa qualquer final europeia ou mundial, lá está Viktor Orbán. Aparece na tribuna presidencial, cumprimentando as mais altos figuras do futebol. Se o encontro decorrer na Puskás Arena, o estádio construído em Budapeste, em 2019, é difícil não pensar que aquele recinto é um coliseu e Orbán o seu imperador, triunfante, todo-poderoso.
O futebol é parte fundamental do homem que é primeiro-ministro húngaro desde 2010, isto já depois de ter chefiado o governo entre 1998 e 2002. Jogou nas camadas jovens do Videoton, a sua primeira visita ao estrangeiro como primeiro-ministro, em 1998, foi à final do Mundial de França. Há quem diga que chega a ver seis partidas por dia.
E é, também, um elemento político. Um ícone da força nacionalista húngara. Um símbolo da ideia de Hungria que ele quer projetar, particularmente em dias como esta quarta-feira, quando defronta a poderosa Alemanha no Euro (17h, Sport TV1) em mais um momento em que tenta influenciar a política comunitária.
Desde que Orbán regressou à liderança do governo de Budapeste, em 2010, estima-se que já investiu quase €3 mil milhões no futebol. Mais de 40 estádios foram construídos ou renovados, incluindo a Puskás Arena, que acolheu jogos do Euro 2020 e receberá a final da Liga dos Campeões de 2026. Custou €533 milhões.
A Groupama Arena, casa do Ferencváros em Budapeste com capacidade para 24 mil pessoas, custou €63 milhões, o Nagyerdei Stadion em Debrecen alberga 20 mil espetadores e custou €55 milhões. Mais de 1500 novos campos relvados foram criados.
Tem alguma questão? Envie um email ao jornalista: tribuna@expresso.impresa.pt