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UEFA Euro 2024

A Geórgia é mais UFC e râguebi. No futebol, só há uma academia em Tbilisi onde Ronaldo foi cortar a fita da inauguração

A Geórgia é mais UFC e râguebi. No futebol, só há uma academia em Tbilisi onde Ronaldo foi cortar a fita da inauguração
Craig Williamson - SNS Group

A seleção da Geórgia tem-se desenvolvido ao mesmo ritmo que o país. A estreia no Euro é a esperança de que o país que desviou atenções para outros desportos volte ao que já foi. Quando a nação vizinha do Mar Negro ainda não era independente, o Dinamo Tbilisi conquistou a Taça das Taças e estabeleceu-se como uma importante marca internacional. O clube da capital, longe do protagonismo de outros tempos, virou-se para a formação e, em 2013, construiu uma academia inaugurada por Cristiano Ronaldo. Muitos jogadores da seleção cresceram ali e falámos com André Marques, adjunto-analista do Dinamo Tbilisi (além do antigo responsável pelo futebol amador do país)

Está em todo o lado ao mesmo tempo. Khvicha Kvaratskhelia é o Big Brother georgiano. No supermercado, bebidas energéticas com a cara do jogador, o símbolo do Nápoles e o número 77. Nas ruas, bandeiras com referências ao Euro e camisolas que disfarçam mal os defeitos da falsificação.

As homenagens ao nome mais reconhecido da seleção em estreia numa grande prova multiplicam-se em formatos vários. Em Batumi, há um mural imponente, proporcional ao que Kvaratskhelia significa para a Geórgia. Os contornos das tintas fazem o rosto barbudo trepar um dos muitos edifícios trivialmente modernos da cidade.

Batumi respira vanguardismo. Os edifícios parecem inspirados nos desenhos excêntricos do urbanismo do Médio Oriente. Pequenos apontamentos de dourado nos edifícios asseguram o brilhantismo que se julgava perdido. Durante o domínio o soviético, a cidade portuária cujas fronteiras perpassam no Mar Negro perdeu a ligação comercial que mantinha com o mundo e ficou ao abandono.

Com um dispendioso e rapidamente aplicado plano de requalificação levado a cabo no início deste século, já depois do país se ter tornado independente (1991), a cidade fantasma ganhou a vida que hoje se lhe conhece. O futebol tem seguido um rumo semelhante. Quanto mais moderna está a Geórgia, mais se desenvolve a seleção nacional.

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