Faltam algumas horas para o jogo dos oitavos de final da Alemanha no Euro 2024 e em frente ao Eissporthalle de Frankfurt, arena de sete mil lugares que é casa do Lowen Frankfurt, equipa de hóquei no gelo local, já se passeiam muitas camisolas da seleção anfitriã deste Europeu. Vai haver algum jogo de hóquei no gelo? Não. Ainda para mais tem estado um calor opressivo na capital financeira da Europa, tão opressivo quanto as taxas de juro que o BCE, aqui instalado - aliás, vê-se daqui a nova sede -, subiu nos últimos anos e que só agora começam a amainar. Há um ecrã gigante para assistir ao jogo? Ecrãs gigantes existem aqui, sim, mas não servirão para isso.
Então o que é que junta milhares de alemães num pavilhão em dia de jogo da sua seleção?
É um Mundial. Um Mundial, sim, mas de dardos. Em pleno Euro 2024, Frankfurt, cidade onde Portugal joga na 2.ª feira a passagem aos quartos de final com a Eslovénia, recebe também por estes dias o Mundial de dardos por países, jogado em duplas. E o povo compareceu em massa.
Esperávamos ver hordas de ingleses, até porque a seleção de Gareth Southgate joga apenas este domingo e de Gelsenkirchen, para onde está marcado o jogo com a Eslováquia, a Frankfurt são pouco mais de duas horas de comboio. Só que os dardos vão deixando, paulatinamente, de ser um jogo das ilhas britânicas. Ingleses é coisa que não se vê por cá, pelo menos identificados. Com uma pesquisa rápida, percebemos que os alemães são do público que mais cresce: em 2016, por exemplo, compraram 10% dos bilhetes para o Mundial individual no Alexandra Palace, em Londres. Em fóruns da modalidade, há quem os critique por serem barulhentos e levarem a cultura de pub ao extremo, bebendo muito. Também há quem lhes elogie o entusiasmo. Nesta tarde de sábado, comprovámos tudo isso.
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