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UEFA Euro 2024

Da “ansiedade” de João Félix às inovações de Inglaterra, onde há novidades a serem estreadas: os segredos da guerra psicológica dos penáltis

Da “ansiedade” de João Félix às inovações de Inglaterra, onde há novidades a serem estreadas: os segredos da guerra psicológica dos penáltis
Anadolu/Getty
Em seis dias, três desempates através de castigos máximos ajudaram a desenhar o quadro das meias-finais do Europeu. Geir Jordet, já descrito como “o maior especialista mundial na psicologia dos penáltis”, analisou todos os remates de todas as decisões do Euro 2024, tal como fez com cada penálti de cada desempate em Mundiais, Europeus e Ligas dos Campeões desde 1976. Em conversa com a Tribuna Expresso, o norueguês apresenta algumas conclusões e possíveis pequenas vantagens que se podem obter ao preparar cautelosamente o duelo individual que decide uma eliminatória coletiva
Da “ansiedade” de João Félix às inovações de Inglaterra, onde há novidades a serem estreadas: os segredos da guerra psicológica dos penáltis

Pedro Barata

Jornalista

Vista de longe, a postura de João Félix antes de bater o penálti contra a França não desagrada Geir Jordet. O norueguês, professor e investigador de psicologia no desporto, estudou a fundo cada desempate de penáltis que se disputou em Europeus, Mundiais e Liga dos Campeões desde 1976, tendo um olho especialmente treinado para ler os sinais mentais que o corpo transmite. Através dessa lente, os gestos do português dão-lhe boas indicações.

Félix “passou algum tempo a acomodar a bola na marca de penálti, o que mostra segurança e até paciência”, diz Geir Jordet à Tribuna Expresso. Mas o escrutínio das câmaras, ao fazerem zoom na cara do criativo, transparece “ansiedade e nervosismo”, diz o norueguês. Há outro sinal que também não é positivo: “Antes do remate, ele inspirou e expirou, mas não profundamente. Foi assim algo rápido, o que é um evidente sinal de stress e intranquilidade”, descreve o norueguês que já trabalhou como consultor com o Liverpool, Chelsea, Arsenal, Ajax ou Bayern.

O remate de João foi ao poste e não entrou, no único penálti da série entre Portugal e França que não deu golo. Assim se decidiu o confronto de Hamburgo, o segundo de três desempates que houve em seis dias de Euro 2024.

Nas meias-finais, o Espanha-França (terça-feira, 20h, RTP1) e o Inglaterra-Países Baixos (quarta-feira, 20h, SIC) poderão ser decididos através da marca dos 11 metros, tal como a final de Berlim, dia 14. Após lançar o livro “Pressure: Lessons from the psychology of the penalty shootout”, Geir Jordet fala-nos sobre as tendências, virtudes e defeitos dos remates que ajudaram a decidir o Portugal-Eslovénia, o Portugal-França e o Inglaterra-Suíça.

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