Estádio: Veltins-Arena (Arena AufSchalke)
Região: Renânia do Norte – Vestfália
Quando os tanques russos invadiram a Ucrânia, em fevereiro de 2022, milhares de alemães sentiram que as suas vidas iriam mudar dali em diante: era preciso apoiar militarmente os ucranianos e encontrar alternativas para o gás e petróleo importados da Rússia.
Para o Schalke 04, de Gelsenkirchen, a mudança foi imediata: o clube era patrocinado há 15 anos pela Gazprom, a empresa pública de gás russo, num contrato que lhe chegou a render cerca de 20 milhões de euros anuais, mas continuar com o nome da firma estampado na camisola passava a ser insustentável.
“Cancelámos imediatamente o acordo”, diz, à Tribuna Expresso, Thomas Spiegel, diretor do departamento de Tradição do Schalke 04. “A parceria foi polémica desde o início e passámos demasiados anos a assobiar para o lado, ignorando o que os russos fizeram na Geórgia, na Síria e na Crimeia. Apesar do duro golpe financeiro, ficou claro que tínhamos cometido um erro e que só havia uma coisa a fazer: desvincular-nos da Gazprom”.
O emblema do vale do Ruhr, no oeste do país, replicou o erro cometido pelo governo federal da Alemanha: confiar no regime de Vladimir Putin. O clube estava dependente dos milhões da Gazprom, assim como a indústria alemã alicerçava a sua competitividade nos baixos preços do gás importado de Moscovo, para o qual estava a ser construído inclusivamente o maior gasoduto europeu, o Nord Stream 2. De repente, mediante a agressão russa, Berlim ficava obrigada a acelerar a transição energética para evitar a paralisação das fábricas e o congelamento dos lares no inverno.
Já o Schalke, via o seu buraco financeiro agravar-se.
Tem alguma questão? Envie um email ao jornalista: tribuna@expresso.impresa.pt