Euro 2016

Deschamps impressionado com o “triângulo defensivo” de Portugal (e com os abdominais de Ronaldo)

Didier Deschamps pode conseguir um feito inédito: ser campeão europeu enquanto treinador depois de já ter feito o mesmo enquanto jogador. "É sempre difícil ganhar um título, mais ainda com uma seleção, porque só há dois grandes títulos", disse o selecionador francês
Didier Deschamps pode conseguir um feito inédito: ser campeão europeu enquanto treinador depois de já ter feito o mesmo enquanto jogador. "É sempre difícil ganhar um título, mais ainda com uma seleção, porque só há dois grandes títulos", disse o selecionador francês
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O selecionador francês diz que está a preparar a final (domingo, 20h) “com muita alegria” e deixa muitos elogios a uma série de jogadores portugueses, especialmente a Ronaldo, claro

Didier Deschamps ainda não tinha entrado na sala de imprensa do Stade de France, este sábado à tarde, e já devia ter as orelhas a arder com os elogios de Hugo Lloris. “A pessoa que devemos valorizar mais é o treinador, porque foi ele que juntou e uniu esta equipa para chegar até aqui, dando confiança e serenidade aos jogadores”, disse o capitão francês, o primeiro a falar aos jornalistas sobre a final do Euro-2016.

O guarda-redes, um dos melhores em campo perante a Alemanha, fez questão de sublinhar que “entre o primeiro jogo e a meia-final a equipa evoluiu muito”, mas ainda assim não é favorita perante Portugal. “Já o tinha dito antes do jogo anterior: a este nível já não há favoritos. Está um troféu em competição”, ressalvou.

Ainda assim, quando Deschamps entrou na sala, pouco depois, ficou claro quem é o favorito para os jornalistas franceses, que questionaram o selecionador sobre a falta de um estilo de jogo claro da seleção portuguesa. Mas Deschamps esclareceu as dúvidas: “Portugal tem muita qualidade e não chega aqui por acaso. É uma equipa com muita experiência, bem organizada, que pode modificar o sistema consoante o adversário e que tem um triângulo defensivo muito sólido em Pepe, Fonte e William”.

E continuou: “Também tem outros jogadores muito bons, como Raphaël e Cédric, laterais que atacam e fazem muitos cruzamentos para a área. E uma grande dupla de ataque em Nani e Ronaldo. Não é uma equipa que suba muito no campo para o ataque, mas utiliza muito bem a bola quando a tem e faz grandes transições com as duas setas que tem à frente”.

O selecionador também guardou alguns elogios especiais para Cristiano Ronaldo, apesar de admitir não ter nenhum plano especial para parar o capitão português. “Se há alguém que já tenha conseguido inventar um plano anti-Ronaldo, então digam-me, porque não há. Tem uma capacidade atlética impressionante, salta e fica lá em cima muito em tempo. Olhem para aqueles abdominais, aquilo não acontece por acaso”, gracejou.

Outro jogador que estará em destaque na final será Antoine Griezmann, que tem sido o melhor francês do Europeu, para além de melhor goleador, com seis golos. “Griezmann não é um solista, joga e faz jogar a equipa”, disse Deschamps, que não quis fazer comparações entre a geração atual e a de 2000, com a qual jogou e foi campeão europeu. “Detesto fazer isso porque são jogadores diferentes. Em 2000, foi muito difícil para nós ganhar a Portugal, era uma equipa muito forte. Agora, 16 anos depois, estão na final e não é por acaso. Mas o passado já lá vai e o mais importante é o jogo de amanhã”. E, claro, ganhar. “No futebol amador é que jogas para te divertires. A este nível, temos de fazer tudo o que pudermos para ganhar.

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