Era sabido que esta época seria antipática para as pernas, e por pernas queremos dizer corpo, e por corpo a ideia é falar da cabeça, venha o cansaço e escolha, porque juntar a pressa à vontade de tudo jogar iria sempre ter consequências em quem joga. Quando o Observatório do Futebol do Centro Internacional para Estudos no Desporto (CIES) divulgou um dos seus vários estudos, na quarta-feira, mostrando que Portugal era a segunda seleção presente no Europeu cujos jogadores tinham disputado mais minutos, a surpresa foi tanta quanto a gerada pela “regra de ouro” ditada por Fernando Santos.
Depois de quem manda ter ordenado que não se devia tocar nas sagradas competições, comprimir os mesmos jogos, das mesmas provas, durante um calendário encurtado pela pandemia equivaleu a roubar tempo na única coisa onde se poderia ir buscá-lo — as férias, o descanso e a recuperação dos futebolistas entre as partidas. Vê-lo acontecer era tão expectável como ouvir o selecionador nacional redundar que “é um facto” que, no Campeonato da Europa, “só pode ganhar um”. Como óbvio seria que os números o acabariam por mostrar.
Este é um artigo da edição de 4 de junho do semanário Expresso. Clique AQUI para continuar a ler.
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