Euro 2020

Danilo: "Fernando Santos quis mudar um bocado o ego dos jogadores, o eu. E passou a ditar o nós"

Danilo: "Fernando Santos quis mudar um bocado o ego dos jogadores, o eu. E passou a ditar o nós"
HUGO DELGADO/Lusa

O médio do Paris Saint-Germain, que até tem jogado mais vezes a central, "mais uma posição é que [pode] ajudar a seleção", foi o primeiro jogador a falar à comunicação social em Budapeste, no complexo do Vasas, onde Portugal vai treinar durante a fase de grupos do Europeu

Danilo Pereira e a chegada a Budapeste

"Por ser um país onde a comunidade portuguesa é mais reduzida, ficámos surpreendidos por haver um número significativo de portugueses à nossa espera".

A comparação com o grupo de há 5 anos

"É um grupo diferente, sem dúvida, muitos jogadores jovens e que estão numa experiência nova, numa competição internacional deste calibre. Mas penso que a ambição é a mesma, são jogadores que têm a fome de ganhar, os jogadores vêm acrescentar muito ao foco que havia em 2016.

São características diferentes nos jogadores. Em 2016 era um grupo mais coeso, junto já há algum tempo. Esta seleção é mais jovem, apareceram muitos talentos recentes e isso vem-nos ajudar, mas não posso dizer que esta é mais talentosa do que a outra, porque ganhou um título que Portugal ainda não tinha ganhado. Mas é um grupo muito unido, em que todos pensam no mesmo - que é conseguir o mesmo feito de há cinco anos".

Portugal é candidato, ou não?

"Apresentamo-nos como campeões da Europa, é um orgulho estarmos a defender o título dessa forma, mas há muitas seleções candidatas à vitória, por isso não podemos dizer que somos o candidato principal.

Agora joga mais vezes a central

"Esta época ajudou muito em ser mais polivalente, veio-me dar outro estatuto nessa posição, consigo fazê-la de forma mais eficaz, é mais uma posição em que posso ajudar aqui na seleção, como no clube. Estou bem cimentado nesse processo".

O jogo contra Israel e as coisas a melhorar

"O selecionador disse que tínhamos muita coisa para melhorar, isso é certo, não há equipas perfeitas, não há jogadores perfeitos, as coisas que há a melhorar ficam para nós, o grupo, não é para ser partilhado"

O jogo contra a Hungria

"É uma seleção que é muito aguerrida, já tivemos essa experiência no Europeu, não dão um lance por perdido e nunca desistem. Estamos à espera desse estilo de jogo e vamos preparar bem esse dia, para que não haja surpresas".

Estádio vai estar cheio

"Sabendo que passámos uma época sem público, ter público no estádio vai ser estranho, mas vai tornar o jogo mais emocionante. A Hungria vai estar mais motivada e vamos ter de saber lidar com isso. Vai ser excitante. O futebol é dos adeptos e assim vai haver mais emoção".

Muitos jogadores têm mais de 50 jogos esta época

"O número de jogos é uma coisa positiva, porque dá-nos mais calibre neste tipo de competições. Em termos físicos não vai alterar muita coisa, temos é de ter mais cuidados e mais foco naquilo que é o trabalho diário, para não haver lesões.

Em termos táticos não muda muito, a nossa forma de jogar é aquela que o mister Fernando Santos dita".

O foco de Fernando Santos no grupo

"O foco foi sempre esse, quis mudar um bocado o ego dos jogadores, o eu, e passou a ditar o nós. Foi esse o paradigma que mudou mais na seleção e que nos levou a ganhar competições. Esses lemas estão muito assentes no nosso balneário, é disso que ele mais fala. Para ganharmos jogos e campeonatos não podemos pensar só no eu, temos de pensar no grupo".

Há mais por se ter esperado mais um ano pelo Europeu?

"Acho que não. Alguns jogadores beneficiaram, outros não tanto. É mais um ano em que tivemos oportunidade para cimentar algumas coisas, não o vejo como positivo ou negativo, foi mais uma forma em que pudemos trabalhar de forma diferente".

Tem alguma questão? Envie um email ao jornalista: dpombo@expresso.impresa.pt