Exclusivo

Euro 2020

Do café de Budapeste à caixa de pandora da Alemanha

Do café de Budapeste à caixa de pandora da Alemanha
Alexander Hassenstein/Getty

João Janeiro, o único treinador português na Hungria, começou no futebol como analista de Marcelo Bielsa e Fernando Santos foi uma espécie de mentor para a sua entrada no curso de IV Nível da UEFA. Encontrámo-nos com ele em Budapeste, onde disse que não se sabe bem o que esperar da "incógnita" que é esta Alemanha "em renovação"

À primeira vez que João Janeiro o menciona fala de “um gajo porreiro, mas carrancudo”, até a vírgula e a conjunção adversativa saem-lhe reforçadas no timbre da voz, na própria entoação com que liberta essa parte da frase. O ‘mas’ sugere oposição, indicia coisas que não se abotoam quando, realmente, são apenas traços, duas costelas de feitio do homem que “conhece bem” e a quem a carranca também é só isso, uma cara, pode aparentar mau humor, mas, e aqui é um ‘mas’ verdadeiro, somente tem a agradecer ao selecionador nacional.

João é treinador, vai para a quarta época a sê-lo na Hungria e, se 2020/21 será a primeira em que tomará conta de uma equipa na principal divisão do país, é porque Fernando Santos pegou numa caneta e deu o seu aval ao único técnico português que trabalha no país. “Foi ele a assinar as cartas para tirar o último nível”, diz, com a gratidão a conduzir-lhe o discurso. “Assumiu a responsabilidade de me assinar as cartas de recomendação, porque tens de ter mentores para entrares nos cursos mais altos da UEFA”, esmiúça, centrando no selecionador a conversa que o colheu como tema quase que por acaso.

Tem alguma questão? Envie um email ao jornalista: dpombo@expresso.impresa.pt