Houve quem achasse que tinha sido um festejo à Mario Balotelli, frio, desinteressado, a lembrar a tal história do carteiro que não celebra cada vez que mete uma carta no correio. Mas não foi bem assim. Gianluigi Donnarumma, aparentemente como os senhores da realização, não teve noção que, depois de defender o penálti de Bukayo Saka, acabava de ganhar um Campeonato da Europa para a Itália.
“Não entendi nada, já estava no chão quando o Jorginho falhou, pensava que tínhamos perdido”, admitiu o guarda-redes à Sky Sport Italia. “Depois da minha defesa, caminhei e dei conta de que o VAR deu como bom para continuar, depois vi os meus companheiros a correrem na minha direção e aí apercebi-me de tudo. Não festejei porque não me tinha apercebido que tínhamos ganhado."
Poucos segundos depois do penálti de Saka, sim, ele e aquele grupo de homens sentiam-se os novos campeões da Europa, sucedendo a Portugal, ajustando contas com as finais de 2000 e 2012 e repetindo assim o que havia sido feito em 1968. Na altura, em Roma, o guarda-redes desse último triunfo era Dino Zoff.
Donnarumma defendeu dois penáltis na final do Europeu contra a Inglaterra, no Estádio de Wembley, como havia defendido o de Alvaro Morata na meia-final. Roberto Mancini, o selecionador, disse que era o melhor guarda-redes do mundo. A UEFA entregou-lhe o prémio de melhor jogador do torneio.
São dias felizes para o miúdo, de 22 anos, que parece que já cá anda há uma vida inteira. Agora, depois de abandonar o AC Milan, segue-se a transferência galática, que se adivinha para o PSG, juntando-se a Sergio Ramos. Prometeu falar nos próximos dias sobre a decisão de abandonar os rossoneri.
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