O que mudou nestes 30 anos?
Eu, como pessoa, não mudei nada porque sei de onde vim e continuo a mesma pessoa. Sou famoso? Sim, isso mudou. Todo o mundo reconhece o meu nome, todo mundo sabe quem sou, mas o que eu falo para as pessoas é que eles nunca me viram lutar, não foi a minha beleza que viram [ri-se]. O que viram foi a técnica e foi isso que impressionou toda a gente na altura.
E no desporto, o que mudou?
No início, era uma busca que a minha família tinha para descobrir qual melhor estilo de luta. Todo o mundo dizia que o seu era o melhor: o karaté melhor que o kung fu, o taekwondo melhor que o jiu-jitsu, o wrestling melhor que… Todo mundo dizia que o seu era melhor e só havia uma maneira de descobrir isso: tirar as regras, tirar o tempo, tirar as luvas e botar para lutar sem tempo nem peso até alguém ganhar. Essa era uma busca que a minha família tinha. Hoje nós já descobrimos que o jiu-jitsu é espinha de todas as artes marciais. Então, provando que o jiu-jitsu era o melhor. Hoje já não há essa busca de qual é o melhor estilo de luta. Hoje, a busca é por quem é o melhor lutador. É um atleta contra o outro. Quem corta peso melhor sem ficar stressado, quem tem a melhor estratégia, quem tem o melhor treino em campo… todo mundo sabe tudo. Juntaram as artes marciais todas e criaram o que se chamam “show de MMA”.
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