Luís Gonzaga fez-se passar por empresário do futebol, com ligação a vários clubes, para convencer menores de idade e jovens adultos com potencial a viajarem para Portugal. As promessas seriam colocadas em clubes com prestígio na evolução de futebolistas. Segundo o “Jornal de Notícias”, o burlão foi capturado pelo SEF, em Braga, e imediatamente detido.
Além do caso dos menores, Gonzaga terá recebido milhares de euros de jogadores maiores de idade, que procuravam clube para jogarem como profissionais. O falso empresário enfrenta agora acusações de auxílio à emigração ilegal, burla e tráfico de pessoas.
De acordo com o “JN”, o angolano de 47 anos terá dado início a esta prática há cerca de quatro anos. Elementos de clubes locais indicavam-lhe jovens com potencial, que o falso agente abordaria depois.
Sem que as instituições o soubessem, Gonzaga alegava contactos privilegiados com Famalicão, Trofense e Varzim, entre outros clubes predominantemente da zona norte do país. As promessas do suposto agente convenceriam os jovens a viajar para Portugal. O burlão terá chegado a usar cartas-convite falsas com emblemas dos clubes que dizia representar.
Uma vez no nosso país, os jovens africanos encontravam uma situação completamente diferente da que lhes tinha sido prometida. Na melhor das hipóteses, era-lhes dada oportunidade de treinarem em determinados clubes, em sessões de avaliação. Diz o “JN” que, provavelmente, os responsáveis desses clubes desconheceriam as condições em que os jovens tinham sido trazidos para Portugal. No caso de agradarem aos técnicos, os jogadores tinham oportunidade de jogar. No entanto, aqueles que fossem rejeitados nessas sessões, eram abandonados por Gonzaga, que não os ajudava sequer a regressar aos respetivos países.
Na quinta-feira, dia 27 de janeiro, Gonzaga foi presente a tribunal, em Guimarães, e libertado sob fiança de 5.000 euros. O falso empresário tem também de se apresentar periodicamente à polícia e está proibido de sair de Portugal.
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