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Carlos Alcaraz, o “rapaz que sonha em grande”, continua a crescer: espanhol faz história no Rio Open e entra no top 20 do ranking ATP

Carlos Alcaraz, o “rapaz que sonha em grande”, continua a crescer: espanhol faz história no Rio Open e entra no top 20 do ranking ATP

Após derrotar (6-4, 6-2) o argentino Diego Schwartzman, o murciano venceu o torneio carioca e tornou-se, aos 18 anos e nove meses, no mais jovem de sempre a conquistar um torneio ATP 500, num novo marco na carreira de uma das maiores promessas do ténis mundial

Se 2022 já prometia ser, para Carlos Alcaraz, um ano de consolidação entre a elite do ténis mundial, o jovem espanhol escolheu uma indumentária vistosa para essa afirmação. A camisola com os braços descobertos que tem utilizado — exibindo músculos de homem feito e fazendo lembrar a versão adolescente de certo compatriota seu com o qual é comparado — é uma espécie de aviso para o vigor físico e energia contidos naquele corpo que só em maio passado entrou na maioridade legal.

No Rio de Janeiro, cidade de sonhos e maravilhas, Carlitos deu novo passo num caminho que tem sido feito de firme precocidade. Ao derrotar (6-4, 6-2) o argentino Diego Schwartzman, o espanhol venceu o Rio Open, tornando-se, aos 18 anos e nove meses, no mais jovem vencedor de um torneio ATP 500 desde que a categoria foi criada, em 2009.

Foi o segundo título da carreira de Alcaraz, juntando-se esta conquista à de Umag, em 2021 — o murciano ganhou, também, as Next Generation ATP Finals do ano passado, evento que reuniu os melhores tenistas com menos de 21 anos do circuito.

Esta vitória permitiu que o espanhol ascendesse à 20.ª posição do ranking ATP, juntando-se à lista das duas dezenas de melhores raquetes do planeta pela primeira vez na sua carreira. No seu país, não passou despercebido que Alcaraz tenha chegado ao top 20 aos 18 anos e nove meses, enquanto Rafa Nadal o fez, em 2005, com 18 anos e 11 meses.

“Estou preparado para entrar no próximo nível”, afirmou, depois da conquista, o jovem tenista. Na Quadra Guga Kuerten, Alcaraz não escondeu o objetivo de, no futuro, imitar o carismático brasileiro e liderar a hierarquia mundial: “As minhas ambições são ser o número um do mundo, ganhar torneios do Grand Slam, medalhas olímpicas… Sou um rapaz que sonha em grande”, assumiu.

Alcaraz, que sublinhou que “o objetivo é já não voltar a descer do top 20”, realçou o papel do seu treinador, antigo jogador de elite, na preparação psicológica para as andanças entre os melhores: “Tenho a sorte de ter o Juan Carlos Ferrero, que foi número um do mundo, comigo. Ele diz-me o quão difícil é chegar lá”.

(Foto: Buda Mendes/Getty Images)

Há dois anos, com apenas 16 voltas ao sol, Carlitos venceu, no Rio, o seu primeiro encontro a nível ATP, batendo o seu compatriota Albert Ramos Viñolas. Na altura, Alcaraz ocupava a posição 406 do ranking. Agora, volta a deixar a sua marca no Brasil, estando bem acima na hierarquia mundial.

“Aqui ganhei o meu primeiro jogo e vencer o torneio significa muito para mim. Há dois anos, vim cá para aprender dos melhores, mas agora estou nos torneios pensando que sou candidato a ganhar”, diz o espanhol, cujos músculos salientes coabitam com as marcas da puberdade exibidas na sua face.

O crescimento de Carlos Alcaraz é assinalado não só pelos seus êxitos, mas também pelas palavras dos seus rivais, os quais já são alguns dos tenistas mais consolidados do planeta. Schwartzman, depois de perder a final do Rio contra o espanhol, sublinhou que o murciano é “muito jovem, mas está a conseguir coisas impressionantes”, sendo um “grande competidor”, destacou El Peque.

Nos quartos-de-final da prova no Brasil, Alcaraz derrotou Matteo Berrettini, sexto do ranking ATP, na sua quarta vitória frente a um dos 10 melhores tenistas do mundo nos últimos seis meses — por duas vezes contra Berrettini (Viena e Rio) e diante de Stefanos Tsitsipas (US Open) e Jannik Sinner (Paris-Bercy). Após perder contra Alcaraz, Berrettini foi parco, mas assertivo, nas suas palavras: “Não há muito a dizer sobre ele. Continua a melhorar diariamente. Tem um futuro brilhante no ténis mundial”.

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