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UEFA e FIFA anunciam suspensão da Rússia de todas as competições

O presidente da FIFA, Gianni Infantino, com Vladimir Putin durante a final do Mundial 2018, realizado na Rússia
O presidente da FIFA, Gianni Infantino, com Vladimir Putin durante a final do Mundial 2018, realizado na Rússia

Num comunicado conjunto, as entidades máximas do futebol mundial e europeu decretaram que as “seleções e clubes” russos serão “suspensos da participação nas competições até novo anúncio”. UEFA termina patrocínio da Gazprom

A velocidade a que as consequências da ofensiva russa na Ucrânia se verificam afeta, também, o mundo do desporto, com bruscas mudanças de posição. Se ainda ontem a FIFA anunciava que manteria a Rússia nas competições internacionais, mas sem nome, hino ou bandeira, e na sexta-feira a UEFA deliberou que seleções e clubes do país de Putin teriam de jogar os encontros em casa em estádios neutros, ambas as entidades acabam de mudar a sua posição: num comunicado conjunto, UEFA e FIFA anunciaram que as equipas russas estão suspensas de todas as competições.

“A FIFA e a UEFA decidiram, em conjunto, que todas as equipas russas, sejam de seleções ou clubes, serão suspensas da participação nos torneios da FIFA e UEFA até novo anúncio”, pode ler-se no texto publicado, que refere que as decisões foram tomadas pelo Conselho da FIFA e pelo Comité Executivo da UEFA, os dois “órgãos de tomada de decisão das respetivas entidades em assuntos urgentes”.

Esta ação segue-se à recomendação realizada, há algumas horas, pelo Comité Olímpico Internacional, no sentido de impedir atletas russos e bielorrussos de competir.

A somar a esta decisão, a UEFA também revelou que cancelou o seu contrato de patrocínio com a Gazprom. A decisão, que tem “efeitos imediatos e cobre todos os acordos existentes, incluindo a Liga dos Campeões, as competições de seleções e o Euro 2024”, termina assim uma ligação profunda entre a entidade máxima do futebol na Europa e a empresa estatal de gás natural russo.

Segundo a agência “Reuters”, o contrato de patrocínio da Gazprom à UEFA rendia 40 milhões de euros por temporada à organização liderada por Aleksander Čeferin.

A decisão da FIFA e da UEFA mereceu já, através do Twitter, uma reação de apreço por parte de Zbigniew Boniek, ex-jogador de referência da Polónia e, até agosto passado, presidente da federação de futebol do país. A Polónia, tal como a Suécia e a República Checa, havia anunciado a sua rejeição em defrontar a Rússia no play-off de apuramento para o Mundial 2022, agendado para o final de março.

Os polacos tinham agendada a meia-final da repescagem contra os russos, devendo o vencedor defrontar suecos ou checos para definir uma das últimas vagas no Catar. Ainda não foi esclarecida que solução será adotada perante a ausência da Rússia.

Vladimir Putin com o presidente da UEFA, Aleksander Ceferin, em São Petersburgo, em novembro de 2019 (Foto: MIKHAIL KLIMENTYEV/SPUTNIK/AFP via Getty Images)

No que se refere às competições de clubes, o Spartak de Moscovo será, assim, desqualificado da Liga Europa. O conjunto moscovita tinha previsto disputar os oitavos-de-final da segunda mais importante prova continental perante o RB Leipzig, que assim avançará diretamente para os quartos-de-final.

Também o Europeu de futebol feminino, marcado para julho de 2022, em Inglaterra, deverá ser afetado pela suspensão, caso nada mude até então. A seleção russa qualificou-se para a competição derrotando, num play-off disputado em abril de 2021, Portugal. A UEFA ainda não anunciou de que forma será preenchida a vaga da Rússia no Europeu.

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