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Tenistas russos e bielorrusos vão poder continuar a competir. Ficam apenas fora da Taça Davis e Billie Jean King Cup

Tenistas russos e bielorrusos vão poder continuar a competir. Ficam apenas fora da Taça Davis e Billie Jean King Cup

ATP, WTA e ITF lançaram comunicado conjunto onde anunciaram que os tenistas da Rússia e Bielorrússia poderão continuar a jogar, mas não sob a bandeira dos respetivos países, que serão banidos das provas por seleções. Torneio de Moscovo, marcado para outubro, está suspenso

Rita Meireles

Os tenistas russos e bielorrussos não serão impedidos de competir a nível individual. Contudo, a Rússia e a Bielorrússia estão excluídas da Taça Davis e da Billie Jean King Cup, provas por nações masculinas e femininas, respetivamente. A Rússia é, aliás, campeã em título em ambas.

Num comunicado conjunto, a ATP, WTA, ITF e os quatro torneios do Grand Slam acordaram que os atletas dos dois países podem competir, mas não poderão jogar sob as bandeiras da Rússia e da Bielorrússia. O ATP e WTA suspenderam ainda o torneio de Moscovo, marcado para outubro, uma das únicas provas internacionais de relevo que ainda se mantinha na Rússia, depois da chuva de cancelamentos dos últimos dias, após a invasão do país à Ucrânia. Quanto aos três majors que ainda falta jogar em 2022 para já os atletas estão autorizados a participar. Apenas as provas por equipas, sob égide da ITF, não terão a Rússia e a Bielorrússia.

A Rússia tem neste momento o número 1 mundial masculino, Daniil Medvedev, enquanto a número 3 do ranking WTA é a bielorrussa Aryna Sabalenka. No site do ATP, ainda é possível ver bandeiras dos dois países visados à frente dos jogadores, mas a WTA já as retirou.

Na segunda-feira, a ucraniana Elina Svitolina, número 13 mundial, “exigiu uma posição clara” de todas as entidades organizadoras do ténis, não pedindo que os atletas russos e bielorrussos fossem banidos, mas que não pudessem jogar sob a bandeira dos seus países, nem mostrar símbolos nem cores dos mesmos. Ameaçou mesmo não jogar a primeira ronda do torneio de Monterrey (marcada para esta terça-feira) caso o ATP, WTA e ITF não se pronunciassem, o que aconteceu agora. O ténis era um dos poucos desportos que ainda não tinha tomado uma posição firme após o início da guerra na Ucrânia.

“Um sentimento de angústia, choque e tristeza tem sido sentido por toda a comunidade do ténis após a invasão da Rússia à Ucrânia na última semana. Os nossos pensamentos estão com o povo ucraniano e elogiamos os muitos tenistas que falaram e agiram contra este inaceitável ato de agressão”, pode ler-se também no comunicado conjunto.

“Fazemos eco desses pedidos para que a violência pare e a paz regresse”, apelam ainda as entidades.

Andrey Rublev, russo que é o atual número 6 mundial, foi um dos primeiros a tomar posição. Pouco depois do ataque da Rússia à Ucrânia escreveu numa câmara no torneio do Dubai a mensagem “No war please” (“Não à guerra, por favor”). Outra atleta russa, Anastasia Pavlyuchenkova, número 14 do ranking feminino, usou as redes sociais para se posicionar claramente contra a guerra: “Não sou política nem uma figura pública, não tenho experiência nisto. Posso apenas discordar publicamente com estas decisões que foram tomadas e falar abertamente sobre isso”, escreveu, fazendo um apelo para que “pare a violência, pare a guerra”.

Também Daniil Medvedev sublinhou durante um torneio no México que não era “fácil ouvir as notícias” vindas do seu país e que enquanto tenista tudo o que queria era “promover a paz em todo o mundo”.

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