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“Ou fico na Austrália, ou fico na Austrália”. Não é repetição, é onde Frederico Morais está a surfar pela permanência no circuito mundial

“Ou fico na Austrália, ou fico na Austrália”. Não é repetição, é onde Frederico Morais está a surfar pela permanência no circuito mundial
Pedro Mestre/WSL
À partida para a prova em Bells Beach, a primeira de duas etapas seguidas em mar australiano (onde já o português já está na terceira ronda da competição), Frederico Morais era 23.º do ranking da World Surf League, um lugar logo abaixo de onde é feito o corte de meio da época. É no país-continente que Kikas vai decidir o futuro, como disse à Tribuna Expresso antes de viajar para a terra dos cangurus
“Ou fico na Austrália, ou fico na Austrália”. Não é repetição, é onde Frederico Morais está a surfar pela permanência no circuito mundial

Diogo Pombo

Editor de Desporto

Bells Beach fica bem do outro lado deste planeta azul e Frederico Morais tem um fraquinho pelas ondas que lá desaguam, no seu coração surfístico cabem vários amores e a praia do sul da Austrália, a cerca de hora e meia automobilista de Melbourne, é senhoria de um terreno próprio na admiração do português. “Adoro, sem dúvida que é das ondas que mais gosto no tour e o ano passado não a tivemos, portanto, voltar vai ser especial”, disse ele, ainda do lado de cá e com os pés em Peniche, seco e vestido após surfar até aos quartos-de-final da prova.

Isso foi em março, quando a tubular lei de Supertubos reordenou o ranking mundial e deixou Kikas na 23.ª posição, mesmo à beira da fatia que será cortada no circuito após as duas etapas australianas — a de Bells Beach é a quarta e, depois, virá a de Margaret River, na costa oeste — e onde ficarão apenas os 22 melhores surfistas da hierarquia. Dizia então o português à Tribuna Expresso e à Lusa que a estadia na Austrália “tanto [podia] ser só de um mês, como quase dois”, ainda tinha de vir a fortuna da água salgada para o sabermos, mas Frederico Morais sabia o quão fulcral seria a sua vida no mar no país-continente.

Começou por lhe ser risonha. As ondas vestiram-se ventosas e nem por isso famosas na madrugada de domingo para esta segunda-feira, a tombarem para a direita como tão bem caem ao português (coloca o pé esquerdo à frente na prancha e assim encara-as de frente), apesar de moles e sem pujança de maior. No seu heat da primeira ronda, Kikas apanhou quatro vagas (10.33) que lhe serviram para ganhar a Jordy Smith (9.67) e Matthew Gillivray (7.23), espremendo o máximo de cada uma com várias rasgadas e esticando até quase à areia a boleia que lhes pediu.

O português passou à terceira ronda da prova que “tem uma história”, como nos confessou. Porque Richard Marsh, o seu treinador de há vários anos, é australiano e no seu tempo de surfista competidor chegou a uma final em Bells Beach, onde o próprio Frederico “sempre” fez “quintos lugares”, em 2017 e 2018. É um sítio que “tem tudo para dar certo”, vaticinava, antes de aterrar na Austrália no final do mês passado já com planos na cabeça.

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