O Benfica terá na próxima temporada o primeiro treinador estrangeiro desde Quique Flores, em 2008. Será Roger Schmidt, alemão de 55 anos. O que trará de novo? E que dificuldades poderá sentir em Portugal? Os analistas Tomás da Cunha e Blessing Lumueno respondem
O que vai trazer para Portugal?
Por Tomás da Cunha
No futebol português, em geral, festeja-se mais facilmente o 1-0 do que o 4-3. Dá para treinadores e adeptos. Roger Schmidt, aluno de sucesso da escola alemã, valoriza o golo, o risco, a recuperação imediata para voltar a atacar, mesmo que isso possa trazer consequências ao nível da organização e do rigor defensivo. É essa mentalidade arrojada e inegociável — não se adapta radicalmente a adversários nem procura, por norma, gerir o jogo em função do resultado — que faz do homem escolhido pelo Benfica um técnico contracultura em relação ao que existe na nossa liga. Aumenta a diversidade estilística e ajuda a desafiar o pensamento de outros.
Para o clube encarnado, a vantagem mais evidente passa por saber exatamente aquilo com que contar. Se a intenção fosse ter um treinador conservador, não faria sentido contratar o germânico. Assim sendo, a necessária reformulação do plantel para ir ao encontro das especificidades pretendidas por Roger Schmidt ganha um caminho concreto. Tendo um modelo de jogador preferencial e uma ideia de jogo perfeitamente estabelecida, facilita a abordagem ao mercado e a escolha dos jovens da formação (Tomás Araújo, Martim Neto e Diego Moreira à cabeça, mas não só) que possam enquadrar-se com maior naturalidade.
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