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Técnico da seleção espanhola de râguebi indignado com o passaporte falsificado que tirou o país do Mundial: “Estes batoteiros têm de pagar”

Técnico da seleção espanhola de râguebi indignado com o passaporte falsificado que tirou o país do Mundial: “Estes batoteiros têm de pagar”
Gonzalo Arroyo - World Rugby

Miguel Velasco faz parte da equipa técnica da seleção de Espanha de râguebi que, na quinta-feira, foi castigada pela World Rugby com a perda de pontos que assim a retiram do próximo Mundial. O técnico mostrou-se revoltado com o episódio de falsificação de passaporte de um jogador que levou a que a Espanha não possa participar, pela segunda vez seguida, num Campeonato do Mundo: “[Os culpados] têm de ser levados à Justiça. É uma verdadeira fraude”. O presidente da federação já se demitiu

Miguel Velasco, membro da equipa técnica da seleção espanhola de râguebi, mostrou a sua revolta com o caso de falsificação de um passaporte que impedirá a participação da equipa no próximo Mundial da modalidade, a ser disputado em 2023. Na rádio "Onda Cero", provou que não tem dúvidas: “Estes batoteiros têm de pagar. Têm de ser levados à Justiça. (…) É uma verdadeira fraude”.

“Estamos destroçados, tanto jogadores como staff. Aconteceu-nos há quase quatro anos e volta a acontecer [a ausência do Mundial por motivos idênticos]”, disse o técnico, prosseguindo: “Não sei se daqui por 15 dias terei vontade de lutar”.Em causa está a falsificação do passaporte de Gavin van der Berg, jogador nascido na África do Sul e naturalizado espanhol que terá apresentado uma cópia alterada do documento à Federação Espanhola de Râguebi. Em dezembro e fevereiro, alinhou em dois jogos frente aos Países Baixos, ambos a contar para o Rugby Europe Championship.

Já esta sexta-feira, Alfonso Feijoo, presidente da Federação Espanhola de Râguebi, apresentou a demissão no cargo durante uma conferência de imprensa, explicando que abandonará as funções quando este processo terminar — a entidade já terá apresentado um recurso que a World Rugby vai avaliar.

“Houve pessoas que fizeram asneira. Por outro lado, há a forma como se geriu [a situação]. Levá-los à Justiça é uma das poucas maneiras que temos de respirar. E aqueles que fizeram mal a gestão têm de demitir-se. Não pode acontecer que os que fizeram asneira continuem tão satisfeitos”, diz Miguel Velasco.

O treinador não tem dúvidas de que alguém falsificou o documento que a Federação Espanhola aceitou, para de seguida descobrir que tinha sido forjado. “É muito mais duro do que há quatro anos”, confessa Velasco.

Em 2018, a World Rugby sancionou a Espanha, a Roménia e a Bélgica pela utilização indevida de jogadores não elegíveis, decisão que resultou no apuramento direto da Rússia para o Mundial de 2019, após terminar a qualificação em quarto lugar.

No mesmo programa em que Miguel Velasco se mostrou indignado, o jornalista Rafa Fernández revelou que “há três pessoas que já confessaram ter falsificado um documento”

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