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Wimbledon baniu tenistas russos: Rafael Nadal acha “muito injusto” e Andy Murray critica, mas não vê “qual seria a solução”

Wimbledon baniu tenistas russos: Rafael Nadal acha “muito injusto” e Andy Murray critica, mas não vê “qual seria a solução”
Francois Nel/Getty

Duas das maiores estrelas do ténis mundial expressaram as suas opiniões sobre a controversa decisão dos organizadores de Wimbledon. Ambos são críticos da norma, embora de formas diferentes. Murray acusa o Governo de não ter ajudado e mostra receio das consequências de obrigar os tenistas a declararem-se contra a guerra

Rafael Nadal e Andy Murray, duas das maiores estrelas do ténis mundial, deram as suas opiniões sobre a controversa decisão dos organizadores de Wimbledon, que baniram os tenistas russos e bielorrussos do Grand Slam inglês. Ambos criticam a situação, embora com intensidades e visões diferentes.

O espanhol diz, desde logo, que a medida “é muito injusta”, ainda que Wimbledon se defenda com a diretiva do governo inglês sobre a invasão da Ucrânia. A Lawn Tennis Association indica que as instruções de Boris Johnson os deixaram sem alternativas à recusa da participação dos atletas dos dois países — a Rússia iniciou a guerra com o apoio da Bierorrúsia. Nadal disse aos jornalistas, em Madrid: “Não é culpa deles [tenistas russos] o que está a acontecer neste momento, com a guerra”.

Andy Murray apressa-se a dizer. “Eu não apoio a proibição da participação de jogadores. A orientação do Governo não ajudou”, defendeu o escocês, acrescentando: “No meu entender, a partir dessa orientação, os russos e os bielorrussos podem jogar se assinarem uma declaração a dizer que são contra a guerra e o regime russo. Não sei o quão confortável me sentiria se algo acontecesse a um dos jogadores ou às suas famílias [como resultado de terem assinado o documento]”.

“Não me parece que haja uma resposta certa. Falei com alguns jogadores russos. Falei com alguns jogadores ucranianos. Sinto-me muito mal pelos tenistas que não são autorizados a jogar e percebo que lhes pareça injusto. Mas eu conheço algumas das pessoas que trabalham em Wimbledon e sei o quão difícil é a sua posição”, completou Andy Murray.

Rafa Nadal completou as suas declarações com uma comparação que reflete a crueldade da guerra: “No fim do dia, o que acontece no nosso jogo não tem qualquer importância quando vemos tantas pessoas a morrer e a sofrer e a situação negativa com que lidam na Ucrânia”.

O jornal “The Guardian” refere que tem havido algum apoio à posição tomada por Wimbledon, especialmente da parte dos ucranianos ligados ao ténis. No geral, a reação tem sido muito negativa, com a ATP e a WTA a considerarem a aplicação de medidas disciplinares.

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