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Depois do caso de Kamila Valieva, a União Internacional de Patinagem quer aumentar a idade mínima de competição dos 15 para os 17 anos

Depois do caso de Kamila Valieva, a União Internacional de Patinagem quer aumentar a idade mínima de competição dos 15 para os 17 anos
Matthew Stockman/Getty

Em Pequim, a russa de 15 anos não passou num teste antidrogas e mostrou-se muito fragilizada. A UIP propõe agora aumentar em dois anos a idade mínima para competir em provas de patinagem artística como sénior. A mudança será operada ainda antes dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2026

A patinadora russa Kamila Valieva, de 15 anos, viu-se envolta em controvérsia nos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, em fevereiro de 2022, ao acusar a presença de drogas no organismo. A adolescente mostrou-se muito perturbada com o caso, o que terá contribuído para que a União Internacional de Patinagem (UIP) tenha proposto aumentar a idade mínima de competição, em provas de patinagem artística de séniores, dos 15 para os 17 anos.

Segundo a "BBC", a mudança será efetivada antes dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2026, que decorrerão em Milão e Cortina, em Itália. O objetivo é ajudar jovens atletas a lidar com as exigências físicas e psicológicas do desporto. No caso de Kamila Valieva, registe-se que o teste antidrogas foi feito em dezembro de 2021, mas o resultado positivo foi revelado apenas depois de a adolescente ter ajudado a Rússia a arrecadar o ouro na competição por equipas, em Pequim.

Valieva foi autorizada a participar na prova individual feminina, mas a patinadora, visivelmente perturbada, acabaria por cometer múltiplos erros. Kamila terminou a prova a um lugar do pódio e deixou o recinto em lágrimas.

A ser aprovada no próximo mês, num congresso desportivo na Tailândia, a medida irá aumentar gradualmente, ao longo dos próximos três anos, a idade mínima dos participantes. De acordo com a BBC, o conselho clínico da UIP argumentou que os atletas mais jovens são expostos a cargas psicológicas muito elevadas, provocadas pelos treinos e pela competição.

“É possível que, ao permitirmos aos atletas menores que compitam, podemos estar a sujeitá-los a cargas e riscos que pensamos ser desapropriados para a sua idade”, pode ler-se no documento que sustenta a proposta. “Não apenas fisicamente, mas também em termos do desenvolvimento psicológico e social da criança, os atletas juniores precisam de lidar com stresses múltiplos no caminho para o desporto de elite”, avisa a UIP.

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