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Idrissa Gueye recusou jogar com as cores da comunidade LGBTQ+. Foi criticado, mas os colegas de seleção estão do seu lado

Idrissa Gueye recusou jogar com as cores da comunidade LGBTQ+. Foi criticado, mas os colegas de seleção estão do seu lado
John Berry

A liga francesa mostrou-se do lado da comunidade LGBTQ+ ao jogar com as cores do arco-íris nas camisolas, mas houve um jogador que, por essa razão, não marcou presença no jogo da última jornada, segundo avançou a imprensa francesa. Alguns colegas de Idrissa Gueye na seleção do Senegal mostraram apoio ao jogador, como Cheikhou Kouyate, do Crystal Palace. O treinador do clube, Patrick Vieira, frisou que terá uma conversa com o jogador

No passado sábado, o PSG visitou o campo do Montpellier para mais uma jornada da liga francesa. A equipa de Paris venceu por 4-0, mas foi a ausência de Idrissa Gueye que assumiu o protagonismo da partida. Mauricio Pochettino, treinador do PSG, informou que o jogador não estava presente por “motivos pessoais”, mas a rádio francesa RMC acabou por avançar que o motivo seria o arco-íris nas camisolas da equipa, como símbolo de apoio à comunidade LGBTQ+.

Desde então, as opiniões têm chegado de todo o lado e houve quem se mostrasse solidário com a polémica decisão de Gueye.

Cheikhou Kouyate, do Crystal Palace, e Ismaila Sarr, do Watford, publicaram nas redes sociais um aparente apoio à posição do colega de equipa na seleção do Senegal. O primeiro publicou uma fotografia em que aparece ao lado de Gueye, na rede social Instagram, com uma legenda onde se lê: “Um homem de verdade”. Sarr fez o mesmo, ao publicar uma fotografia ao lado do colega, mas na legenda colocou três corações e escreveu “100%”.

Ambas as publicações levaram os clubes dos jogadores em questão a reagir. Numa conferência de imprensa durante esta quarta-feira, o treinador do Crystal Palace, Patrick Vieira, garantiu que se a publicação do seu jogador estivesse relacionada com este caso iria ter uma conversa com ele, mas seria “uma conversa interna”, afirmou. Já o Watford reafirmou o seu compromisso com a igualdade e diversidade e mostrou-se disponível para ajudar a educar qualquer um dos seus funcionários sobre o assunto.

Kalidou Koulibaly, atualmente ao serviço do Napoli, recorreu às redes sociais para, também, apoiar o compatriota. "As tuas escolhas devem ser respeitadas e não interpretadas! Força irmão", escreveu o jogador.

No Senegal, país de onde todos estes jogadores são naturais, a homossexualidade é ilegal e punível com uma pena de prisão que pode ir até aos cinco anos.

As equipas francesas jogaram com o arco-íris nas camisolas de forma a assinalar o dia 17 de maio, Dia Internacional contra a Homofobia, Transfobia e Bifobia. Esta é já a segunda época consecutiva em que o fazem. E a segunda época em que Gueye não está disponível para jogar nessa data.

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