Pela primeira vez haverá mulheres a arbitrar jogos de um Mundial, mas não haverá nenhum juiz português no Catar
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Três árbitras principais e três assistentes foram nomeadas pela FIFA para marcarem presença no campeonato do mundo que decorrerá entre 21 de novembro e 18 de dezembro. Em sentido inverso, não haverá, pela segunda edição consecutiva, árbitros portugueses no Mundial
A pouco mais de seis meses do arranque do Mundial 2022, a FIFA divulgou a lista de árbitros nomeados para dirigir os jogos da mais importante competição de seleções. E, entre os eleitos, há, pela primeira vez na história, espaço para mulheres.
Com efeito, haverá três árbitras principais — a francesa Stéphanie Frappart, a ruandesa Salima Mukansanga e a japonesa Yoshimi Yamashita — e três assistentes — Neuza Back, do Brasil, Karen Díaz Medina, do México, e Kathryn Nesbitt, dos EUA — no torneio que decorrerá de 21 de novembro a 18 de dezembro. Mas, pela segunda edição consecutiva, não haverá portugueses a arbitrar partidas do Mundial.
As seis mulheres que fazem parte dos 36 árbitros principais, 69 assistentes e 24 vídeo-árbitros entrarão, assim, para a história dos Mundiais. Pierluigi Colina, presidente do comité de árbitros da FIFA, comentou que as juízas "merecem" estar no Catar porque "atuaram, constantemente, num nível muito elevado", sendo esse "o fator importante" para quem as escolheu.
Teremos, assim, árbitras a dirigir jogos num país em que, segundo um relatório da "Human Rights Watch", as "mulheres têm de obter autorização de um guardião masculino para casar, estudar no estrangeiro, viajar ou receber certas formas de cuidados de saúde reprodutiva". A Amnistia Internacional acusa o Catar de "continuar a discriminar na lei e, na prática", as mulheres, obrigando-as a "estarem sujeitas a um guardião masculino, normalmente o pai, irmão, avô, tio ou, para mulheres casadas, o marido".
A ruandesa Salima Mukansanga
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Já Portugal não tem nenhum árbitro nos 129 que estarão no Mundial, entre principais, assistentes e vídeo-árbitros. Será a segunda vez consecutiva que a arbitragem nacional não terá representação no torneio, depois de nenhum juiz português ter estado, também, na Rússia em 2018. Quatro anos antes, Pedro Proença foi eleito para o Mundial do Brasil e, em 2010, Olegário Benquerença representou a arbitragem nacional na África do Sul.
A FIFA comunicou que os 129 eleitos participarão, nos próximos meses, em seminários em Assunção (Paraguai), Madrid (Espanha) e Doha (Catar) para "reverem e analisarem situações reais de jogo e participarem em sessões de treino práticas com jogadores". Massimo Busacca, diretor de arbitragem da FIFA, anunciou que, até ao começo do Mundial, a "condição técnica, física e médica" dos juízes será "constantemente avaliada".