Depois de ter participado – e vencido – a primeira ronda de Roland-Garros, Novak Djokovic falou com os jornalistas e aceitou opinar sobre a controvérsia à volta de Wimbledon e da proibição da participação de atletas russos e bielorrussos no prestigiado torneio, que resultou na decisão de ATP, WTA e Federação Internacional de Ténis de não atribuírem quaisquer pontos. Djokovic discorda da posição assumida pelo All England Club.
O líder do Ranking ATP considera que a situação é “estranha” e má para todos. O sérvio lamenta que não tenha havido um maior esforço por parte da organização britânica para chegar a um consenso. “Tudo o que decidirem vai, infelizmente, criar conflito, separação em vez de união”, disse Djokovic, reconhecendo que o tema é “supersensível”.
Na conversa, registada pela Eurosport, Novak Djokovic mostrou compreender a decisão de ATP e WTA de não atribuir pontos pelas prestações dos atletas participantes no torneio inglês: “A nível pessoal, claro, não tendo hipótese de defender os meus 4.000 pontos, vou baixar este ano [depois da] Austrália e de Wimbledon. (…) Mas, quando há um erro a acontecer, e ele existe do lado de Wimbledon, então temos de mostrar-lhes que vai haver consequências”.
Djokovic admitiu que tem conversado com os dirigentes do ATP e que chegou a ouvir falar de alternativas que permitissem a participação dos tenistas oriundos dos dois países mais diretamente envolvidos na invasão da Ucrânia. Uma das hipóteses seria um evento de exibição, paralelo ao principal, mas o sérvio indicou que este não irá acontecer.
Na segunda-feira, Naomi Osaka anunciou que estava a considerar não ir a Wimbledon devido à não atribuição de pontos. Djokovic, seis vezes vencedor do torneio, quer lá estar mesmo não concordando com as posições da organização. “Um Grand Slam é sempre um Grand Slam. Wimbledon era um torneio de sonho quando eu era criança. Não o vejo pela lente dos pontos ou dos prémios. Para mim, é algo diferente”, disse o número um do Ranking ATP.
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