Medvedev está a aprender a gostar do pó de tijolo em Roland-Garros: “Admiro-me sempre que jogo bem em terra batida”

O número dois do mundo, Daniil Medvedev, está em Roland-Garros onde nunca foi muito feliz, a mostrar-se mais forte do que nunca em terra batida. O russo busca o topo do ranking ATP, que Djokovic pode perder devido à decisão, da própria entidade que gere o ténis masculino, de não atribuir pontos em Wimbledon.
No sábado, Medvedev apurou-se com facilidade para os oitavos de final da competição, batendo Kecmanovic em três sets. Na conferência de imprensa, o tenista de 26 anos brincou com as suas tradicionais dificuldades em terra batida: “Antes as pessoas perguntavam como é que eu era número dois do mundo sem ter ganhado qualquer encontro aqui”.
O russo desabafou também que a relação com o público do Open de França nem sempre tem sido fácil: “Foi instável, por vezes. Mas penso que as primeiras três vezes que perdi em Roland-Garros foi contra tipos franceses. Foi duro. Eles [o público] não estavam definitivamente a torcer por mim”, disse, perante os jornalistas.
O primeiro triunfo do russo em Roland-Garros só aconteceu em 2021, mas Medvedev mostra-se cada vez mais confortável na mítica prova parisiense. “Este ano tenho muito menos pressão. (…) Posso dizer que me sinto muito bem. Por um lado, não estou surpreendido com o meu nível, mas, por outro, admiro-me sempre que jogo bem em terra batida”, explicou.
Talvez uma das razões para a melhoria numa superfície de que admite não ser fã esteja relacionada com a hipótese de ultrapassar Novak Djokovic na hierarquia e sentar-se no topo do mundo do ténis masculino. A decisão — pouco consensual — da ATP, de não atribuir pontos pela atuação em Wimbledon, no seguimento da medida tomada pelos organizadores ingleses de não permitir a entrada de tenistas russos e bielorrussos no torneio, pode pôr precisamente um russo no primeiro lugar do ranking.
“Se for à final, garanto o número um, o que é ótimo. Quando estive duas semanas no topo do ranking, fui ver ao Google quem tinham sido os números um com menos semanas de sempre e vi que eram o Rafter e o Moya. Fiquei chocado porque eles são verdadeiras lendas. Também percebi que, daqui a uns anos, ninguém se vai lembrar de quantas semanas passei no topo. Isso deixou-me mais tranquilo”, disse Daniil Medvedev, na conferência de imprensa.
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