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Amélie Mauresmo, diretora de Roland-Garros, sobre os jogos à noite: “Claro que vamos discutir o tema, [mas] o estádio estava cheio”

Amélie Mauresmo, diretora de Roland-Garros, sobre os jogos à noite: “Claro que vamos discutir o tema, [mas] o estádio estava cheio”
Tim Clayton - Corbis

O jogo entre Rafael Nadal e Novak Djokovic terminou perto das três da manhã locais, o que avolumou o número de críticas às chamadas sessões noturnas do Grand Slam francês (que só existem desde o ano passado). A antiga tenista, agora diretora do torneio, explica a opção, mas promete pensar sobre o assunto

É o primeiro ano de Amélie Mauresmo, antiga tenista, à frente de Roland-Garros. A principal crítica à organização do mítico torneio tem sido dirigida às chamadas sessões noturnas, como a que, de terça para quarta-feira, opôs Rafael Nadal a Novak Djokovic. Público e atletas aguentaram-se no court — o jogo durou quatro horas e doze minutos —, mas os jogos à noite estão longe de gerar consenso.

“Não é simples”, começa por dizer Mauresmo, questionada pelo “L’Équipe”. “Coloco-me a questão. (…) Na terça-feira, o estádio estava cheio e quase ninguém foi embora antes do fim. Tive também um bom retorno no que diz respeito aos telespetadores, que ficaram felizes por poderem ver um jogo de ténis à noite, depois de um dia de trabalho”, disse a antiga tenista, acrescentando: “Mas é claro que vamos colocar a questão da realização de jogos à noite no fim do torneio, quando fizermos o balanço”.

A presidente do canal de televisão público do país, a France Télévisions, Delphine Ernotte, foi uma das vozes mais críticas da decisão de transmitir o jogo dos quartos-de-final, entre Djokovic e Nadal, à noite, na Amazon Prime.

Mauresmo criticou Ernotte por ter dado uma entrevista entre o convite para uma reunião e o encontro efetivo entre as duas. “Eu funciono cara a cara e não pela comunicação social”, disse Mauresmo aos jornalistas. “Devo dizer que nem tudo o que ela [Ernotte] disse é verdade. Para este jogo, não havia boas soluções. (…) Tentámos ir pela melhor solução. Ou pela menos má”, admitiu a dirigente.

A questão mais premente para uma das tenistas mais destacadas do seu tempo, antiga número um do mundo, era: por que razão não há um único jogo feminino à noite? “Não me arrependo, tendo em conta os duelos que tivemos na primeira semana e lembrando o que queríamos oferecer aos espetadores como jogo único. Para um jogo único, é mais difícil programar um jogo feminino se o cartaz não for muito forte”, disse Mauresmo ao jornal “Ouest France”.

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