“Parece que tenho uma lesão muito grave”: Zverev e o “pior dos pesadelos para qualquer desportista”

Jornalista
Poucas horas depois da lesão no pé, na meia-final de Roland-Garros, Alexander Zverev deixou uma mensagem nas redes sociais a dar conta da possibilidade de um cenário péssimo: “Parece que tenho uma lesão muito grave, mas os médicos e a equipa ainda estão a ver”.
Antes, num vídeo publicado sensivelmente quatro horas depois do jogo contra Rafael Nadal ser interrompido, admitiu que “foi um momento difícil” e que estava a ser “um jogo fantástico até acontecer o que aconteceu”. O alemão, número 3 do mundo e que poderia sair de Paris como número 1 caso vencesse o torneio, felicitou Nadal pela 14.ª em Roland-Garros. “Espero que consiga ir até ao fim.”
O relógio indicava 3h13 quando uma direita paralela de Rafa obrigou ao deslocamento de Sascha para a sua direita. O pé direito torceu e o tenista gritou de uma forma angustiante. Rafael Nadal aproximou-se. O alemão até conseguiu meter o pé no chão, mas foi necessária uma cadeira de rodas para o levar para um lugar adequado. Quando voltou ao court, não muitos minutos depois, estava de muletas, triste e disse adeus aos adeptos parisienses que acabaram por chamar por ele e beijá-lo com as palmas. No discurso de vitória, Nadal admitiu que foi “muito duro” ver o adversário a chorar e que sabe bem o que ele tem trabalhado para ganhar um Grand Slam, o que nunca aconteceu.
O encontro entre Zverev e Nadal, de 25 e 36 anos, estava prestes a entrar no segundo tie break em dois sets – o primeiro sorriu ao esquerdino. O alemão, apesar de ter desaproveitado algumas oportunidades (teve 6-2 a favor no tie break), demonstrava um grande nível, sobretudo no serviço e na esquerda a duas mãos, pecando em alguns momentos em que se exigia um toque de bola de craque. Para Toni Nadal, tio e ex-treinador de Rafael e cronista do “El País”, o segundo set, onde se viram oito quebras de serviço, foi como o primeiro, um “ténis de altíssimo nível”, com “trocas profundas, golpes magistrais, marcador ajustado” e “dificuldade para que nenhum dos dois pudesse fechar o set sem ter que jogar a morte súbita”.
Mas o momento fatal chegou. “Sofrer uma lesão num momento de jogo tão importante e às portas da oportunidade mais desejada é o pior dos pesadelos para qualquer desportista”, admitiu Toni Nadal na crónica deste sábado, admitindo que este tipo de contrariedades alimentam a frustração e a dúvida.
No domingo, a final será entre Rafael Nadal e Casper Ruud, o norugues que bateu Marin Cilic em 2h57, com os parciais de 3-6, 6-4, 6-2 e 6-2. Sobre Nadal, Ruud não se poupou a honestidades: “Tem sido o meu ídolo durante toda a minha vida”.
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