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Rafael Nadal venceu Roland-Garros em “condições extremas” e avisa: “Não posso continuar a jogar com o pé dormente”

Rafael Nadal venceu Roland-Garros em “condições extremas” e avisa: “Não posso continuar a jogar com o pé dormente”
NurPhoto/Getty

O tenista espanhol jogou Roland-Garros com os nervos do pé esquerdo anestesiados. Depois da vitória, Nadal admitiu que vai experimentar outro tratamento e que tomará uma “decisão de vida”. No entanto, o maiorquino quer ir a Wimbledon e promete que vai tentar prosseguir a carreira

Rafa Nadal venceu em Roland-Garros com os nervos anestesiados. No entanto, em conversa pós-jogo, o espanhol admitiu que não pode continuar assim. “Não posso continuar a jogar com o pé dormente”, disse Nadal. O objetivo é prosseguir, mas recorrendo a um outro tratamento no pé esquerdo que, se não resultar, poderá levar a uma “decisão de vida”.

“É óbvio que não posso continuar a jogar nas circunstâncias em que estou, por isso vou procurar uma nova solução. Aqui, pude jogar mas em condições extremas. (…) O meu médico anestesiou-me os nervos e isso tirou-me a má sensação no pé, mas pode ter outras consequências. Mas, claro, Roland-Garros é Roland-Garros.”, disse Nadal.

O vencedor de 63 títulos em terra batida prosseguiu com a explicação: “Estou a jogar sem dores, mas com zero sensação. É como quando te anestesiam no dentista, para terem uma ideia.” O espanhol quer agora voltar a casa para “fazer uma intervenção aos dois nervos”. “São umas injeções com radiofrequência pulsátil, que podem tirar-me a sensação [negativa] no pé; trata-se de inibir o nervo, parar a sensação de dor permanente”, explicou Nadal aos jornalistas após conquistar o torneio do Grand Slam francês pela 14.ª vez.

Aos 36 anos, Rafa está ao nível de Steffi Graf, que também venceu 22 torneios do Grand Slam. O tenista conta que, nos últimos dias, aplicou “duas injeções antes de cada partida”. “Se funcionar como tratamento, continuarei; se não, não continuarei”, diz, perentório. “É um plano de vida, analisar se algumas coisas compensam. Uma operação provavelmente não o assegurá-lo-ia completamente. Tenho de falar comigo próprio e (…) decidir se me compensa chegar a estar meio ano parado, como no ano passado”, revelou Nadal, para acrescentar: “Tinha um problema, ganhei o torneio e isso ficará para sempre na minha memória. Mas o meu pé não está pior, mas é um risco. Sempre disse que a vida está acima das outras coisas”.

Nadal expressou a vontade de ir a Wimbledon, que decorre de 27 de junho a 10 de julho. “É um torneio que não quero perder, ninguém quer perdê-lo. Vivi grandes emoções lá e tenho um grande respeito pela competição. Quero ir, mas não posso dar uma resposta clara sobre isso”, esclareceu o atual número quatro do ranking ATP.

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