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Agente de Emma Raducanu garante que a jovem tenista “não está a ser distraída por qualquer interesse comercial” e explica agenda da atleta

Agente de Emma Raducanu garante que a jovem tenista “não está a ser distraída por qualquer interesse comercial” e explica agenda da atleta
picture alliance

Falta pouco para o início de Wimbledon e o agente de Raducanu garante que a britânica está focada no ténis e limitada a 18 dias por ano dedicados aos patrocinadores. A jovem é embaixadora de nove empresas, desde marcas de roupa a bancos, passando por águas minerais

A poucos dias do início de Wimbledon, Max Eisenbud, agente da tenista-sensação Emma Raducanu, garante que a britânica “não está a ser distraída por qualquer interesse comercial”. Eisenbud, que também orientou as carreiras de Maria Sharapova e de Li Na, admite que a vitória de Raducanu em Nova Iorque desencadeou um interesse sem precedentes da parte do mundo empresarial.

O agente insiste que a sua empresa, a IMG, recusou “milhões de dólares” ao limitar a disponibilidade de Raducanu para os patrocinadores a 18 dias por ano. “Poderíamos ter 50 dias de sessões fotográficas”, contou Eisenbud ao podcast Sports Desk. “Nunca vi a quantidade de entusiasmo e de empresas a quererem fazer negócio com a Emma depois do Open dos Estados Unidos”, admitiu.

Atualmente, Raducanu é embaixadora de nove empresas, das águas minerais Evian às joias da Tiffany, passando pela Nike e pelo banco HSBC. Todos juntos, os contratos – entre três e cinco anos – valem dezenas de milhões de libras. Nos courts, 2022 não tem sorrido à tenista de 19 anos da mesma forma que 2021. Até agora, venceu apenas oito dos 19 jogos disputados e tem lidado com algumas lesões.

“Tem sido um ano difícil”, admite Eisenbud, prosseguindo: “Penso que ela teve muito azar e o que realmente a afetou foi apanhar covid-19 e ter de recuperar terreno. Mas penso que se ela não tivesse tido jogos teria sido igual. (…) Vocês querem ver essas coisas todas, mas se ela se tivesse trancado no quarto durante um ano inteiro e não tivesse feito nada, seria igual”.

Eisenbud não hesita em considerar que a experiência com Emma Raducanu está a ser “espetacular, especial e… anormal”. Na sua carreira profissional, o agente lidou com outros dois fenómenos: Maria Sharapova, aos 17 anos, a bater Serena Williams na final de Wimbledon de 2004, e Li a ser vista por aproximadamente 116 milhões de espectadores chineses na sua primeira vitória em torneios do Grand Slam, em Roland-Garros 2011.

O agente recorda ter-se encontrado com o pai de Sharapova pouco depois da vitória da adolescente, em 2004. Ao desejo de Yuri de capitalizar a conquista da filha, conciliando-a com o foco no desporto, para continuar a ganhar, Eisenbud respondeu com um calendário cheio de linhas em todas as semanas, principalmente antes, durante e imediatamente após um torneio. Ambos concordaram que essas não eram alturas para trabalho comercial.

“Mais uma vez a mesma filosofia”, agora aplicada a Raducanu, diz o agente, que admite: “Percebo como as pessoas que não entendem essa filosofia podem pensar que isso a distrai, mas eu penso que, quando o vemos na prática, não é o caso”.

“A Emma decidiu que inicia as sessões fotográficas ao meio-dia ou às 13h e vai até às 20h ou 21h. De manhã, tem a opção de treinar ou ir ao ginásio”, conta Eisenbud, acrescentando: “Nem todos os dias, de entre os 18, têm sido usados. Há patrocinadores que têm esses dias, mas muitos não os usam. Penso que, no fim do ano, a quantidade de dias usados será à volta de 13”. “No entanto, se o 19º dia chegar, forem milhões de dólares e tiveres de dizer ‘não’ por causa dos 18 dias, será duro”, admite o agente de Emma Raducanu.

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