Ana Gomes: “Como cidadã tenho de confiar na Justiça, mas não sou ingénua. Sei que há gente criminosa infiltrada, maçãs podres”
A eurodeputada admite ter desconfiança sobre o tratamento que será dado a Rui Pinto no processo sobre o Football Leaks
A eurodeputada admite ter desconfiança sobre o tratamento que será dado a Rui Pinto no processo sobre o Football Leaks
Jornalista
A eurodeputada Ana Gomes diz ter esperança na Justiça, mas admite ter desconfiança sobre o tratamento que será dado a Rui Pinto no processo sobre o Football Leaks. "Também na Justiça portuguesa há muitas maçãs podres", declarou esta segunda feira numa conferência em Lisboa.
"Como cidadã tenho de confiar na Justiça. Mas não sou ingénua. Sei que há gente criminosa infiltrada", afirmou Ana Gomes, alertando que em vários setores têm surgido iniciativas para descredibilizar Rui Pinto e "fazer a intoxicação da opinião pública".
Francisco Teixeira da Mota, que defende Rui Pinto, diz que o jovem português que durante anos divulgou os segredos da indústria do futebol não está arrependido.
"Rui Pinto está bem na medida do possível e está a ser bem tratado. Não está arrependido do que denunciou", declarou Francisco Teixeira da Mota, que indicou estar tranquilo quanto à segurança de Rui Pinto.
Questionado sobre a conciliação entre o interesse público de denúncias como as do Football Leaks e o direito à privacidade de empresas e cidadãos, Francisco Teixeira da Mota comentou que "o Direito é sempre um equilíbrio entre diversos interesses".
"Em cada caso concreto os tribunais têm de fazer uma ponderação sobre a prevalência de um determinado direito em relação a outro", afirmou o advogado.
William Bourdon, advogado que também defende Rui Pinto, disse, por seu lado, que "os segredos de negócio são legítimos", mas a Justiça deve considerar "a aplicação do princípio da proporcionalidade", ponderando o interesse público das denúncias de Rui Pinto e os danos resultantes do acesso ilegítimo à informação de que é acusado (nomeadamente por parte do fundo Doyen).
"Se ele não foi inspirado por uma agenda privada de benefício pessoal deve ser absolvido", defendeu Bourdon.
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