O advogado Aníbal Pinto, acusado de um crime de tentativa de extorsão no processo que também envolve Rui Pinto, reagiu de forma exaltada aos argumentos que o Ministério Público utilizou para manter a acusação a Aníbal Pinto.
"É surreal. O Ministério Público teve o topete de vir dizer que Pedro Henriques não estava a representar a Doyen enquanto advogado", declarou Aníbal Pinto aos jornalistas à saída da audiência do debate instrutório do processo em que é arguido.
Aníbal Pinto reagia aos argumentos do Ministério Público de que Pedro Henriques agiu nas conversações de Outubro de 2015 com Aníbal Pinto enquanto amigo do presidente da Doyen. Não atuando como advogado não estaria sujeito ao sigilo, pelo que as informações que Pedro Henriques partilhou com as autoridades são prova legítima para incriminar Aníbal Pinto por tentativa de extorsão.
Aníbal Pinto discorda. "Isto é uma brincadeira. O Ministério Público devia cumprir a lei. O ponto 133 da acusação indica que ele atuou enquanto advogado. O Ministério Público faz pior que tábua rasa, o que faz é contradizer o que carregou para os autos", comentou Aníbal Pinto.
O advogado diz ter sido traído por Pedro Henriques, quando este aceitou, em Outubro de 2015, negociar um acordo para que Rui Pinto suspendesse as publicações do blogue Football Leaks, acabando por pôr as autoridades ao corrente de todas essas negociações.
"O dr. Pedro Henriques enganou-me, instigou-me. É uma vergonha", criticou Aníbal Pinto.
O advogado depôs esta quarta feira no Campus de Justiça, em Lisboa, numa sessão à porta fechada. Depois foi autorizada a presença de jornalistas, para a leitura da resposta do Ministério Público às alegações da defesa de Aníbal Pinto e Rui Pinto.
A sessão foi interrompida para almoço e será retomada às 15h.
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