Football Leaks

Football Leaks. Rui Pinto libertado porque aceitou desencriptar material que lhe foi apreendido

Football Leaks. Rui Pinto libertado porque aceitou desencriptar material que lhe foi apreendido
FERENC ISZA/Getty Images

Alegado hacker passa para prisão domiciliária. Aceitou colaborar com a PJ e por isso acabou por ser libertado da prisão no mesmo dia em que o parlamento aprovou a libertação de mais de mil reclusos por causa da covid-19. Os dois factos não estão relacionados. Rui Pinto fica proibido de aceder à Internet

Football Leaks. Rui Pinto libertado porque aceitou desencriptar material que lhe foi apreendido

Rui Gustavo

(com Lusa)

Football Leaks. Rui Pinto libertado porque aceitou desencriptar material que lhe foi apreendido

Miguel Prado

Jornalista

Quando prendeu Rui Pinto, a Polícia Judiciária apreendeu 12 discos externos encriptados mas nunca conseguiu quebrar dez deles. Agora, de acordo com uma fonte judicial, o alegado hacker terá aceitado desencriptar o material que lhe foi apreendido e, por isso, o Ministério Público acabou por propor a sua libertação, o que aconteceu esta quarta-feira.

À mesma hora a que a Lusa divulgava a notícia da sua libertação depois de ter recebido um comunicado dos advogados que o representam, o Parlamento aprovava uma série de medidas que vão resultar na libertação de mais de mil presos devido à covid-19. Rui Pinto, que estava em prisão preventiva há mais de um ano, não seria abrangido por esta espécie de amnistia.

Rui Pinto, criador do Football Leaks e suposta fonte do caso Luanda Leaks, estava em prisão preventiva desde 22 de março de 2019, depois de ter sido extraditado da Hungria onde foi detido a pedido das autoridades portuguesas.

"Na presente data, foi revogada a medida de coação de prisão preventiva aplicada a Rui Pinto, tendo o mesmo abandonado já as instalações do estabelecimento prisional anexo à PJ [Policia Judiciária]. Rui Pinto encontra-se agora sujeito à medida de obrigação de permanência na habitação, cumulada com a proibição de acesso à internet, sob responsabilidade da Polícia Judiciária", refere um comunicado enviado à Lusa e ao Expresso pelos advogados William Bourdon, Francisco Teixeira da Mota e Luísa Teixeira da Mota.

"A defesa de Rui Pinto congratula-se com esta decisão e confia que outros passos serão dados no sentidoda total liberdade do seu constituinte, cujas revelações já muito contribuíram para o combate à grande criminalidade, nomeadamente no âmbito do crime económico", refere ainda o comunicado.

A 17 de janeiro, o Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa decidiu levar a julgamento Rui Pinto por 90 crimes de acesso ilegítimo, acesso indevido, violação de correspondência, sabotagem informática e tentativa de extorsão, mas deixou cair 57 dos 147 crimes pelos quais o arguido havia sido acusado pelo Ministério Público (MP).

* com Lusa

Tem alguma questão? Envie um email ao jornalista: RGustavo@expresso.impresa.pt