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O recluso 2019/00764: uma história real (e “ainda há muita coisa” que os portugueses não sabem)

O recluso 2019/00764: uma história real (e “ainda há muita coisa” que os portugueses não sabem)
Horacio Villalobos

Acusado de 90 crimes, Rui Pinto esteve preso mais de um ano. Saiu esta quarta-feira da prisão: fica em domiciliária a aguardar um julgamento num país em emergência. Mas não vai poder aceder à Internet

O recluso 2019/00764: uma história real (e “ainda há muita coisa” que os portugueses não sabem)

Miguel Prado

Jornalista

Rui Pinto há muito que não fazia chegar às redes sociais as suas mensagens de protesto e injustiça pelo tratamento que lhe vem sendo dado pelas autoridades portuguesas - mesmo preso, conseguia difundir a sua revolta. Esta quarta-feira, no mesmo dia em que o Parlamento aprovou a libertação de alguns presos por causa da pandemia, Rui Pinto ficou a saber que deixará a prisão da Polícia Judiciária, em Lisboa, por um regime de prisão domiciliária. A decisão na Assembleia da República e a de libertar Rui Pinto não estão relacionadas - o alegado hacker vai para domiciliária porque decidiu colaborar com a Polícia Judiciária.

Ficará sem Internet, ficará vigiado. Mas deixará a minúscula cela de seis metros quadrados onde viveu mais de um ano. Onde lhe tiraram o caderno que usava como diário para verificarem a sua caligrafia. E onde completou 31 anos. E onde passou o último Natal, antes de todos sabermos que vinha aí uma pandemia mais catastrófica que a grande crise financeira de 2008.

Ainda recluso, ainda arguido e ainda à espera de um julgamento em que é acusado de 90 crimes, Rui Pinto viu a sua vida transformada num enredo digno de série de Netflix. Este é o filme da sua reclusão.

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