Se depender dela, Helena Leitão continuará a fazer parte do coletivo de juízes que irá julgar Rui Pinto pelos crimes de tentativa de extorsão, sabotagem informática e acesso ilegítimo. A juíza entende que o facto de ser cliente do advogado João Medeiros, a quem Rui Pinto terá roubado todo o correio eletrónico não é suficiente para justificar o afastamento do processo.
A equipa de advogados que defende Rui Pinto tinha feito um pedido de recusa da juíza alegando, por exemplo, que há uma enorme probabilidade de entre o correio eletrónico roubado a João Medeiros possam estar mails trocados com Helena Leitão e, portanto, a juíza tenha sido afetada com os factos imputados pelo Ministério Público a Rui Pinto. Mas a juíza, na resposta que fez ao pedido de recusa, diz não saber se há ou não correio eletrónico seu na posse de Rui Pinto e que, mesmo que assim seja, isso será irrelevante para o processo que está disposta a julgar.
A juíza mantém que tem apenas uma "relação profissional" com João Medeiros e que o exercício da judicatura "não pode ficar condicionado por fatores externos e incontroláveis". O nome de João Medeiros foi sugerido a Helena Leitão por um advogado da PLMJ com quem a juíza se tinha cruzado nos tribunais de família.
Helena Leitão apresentou queixa contra a advogada Rita Gonçalves da Rocha que a teria difamado por causa de um processo de adoção. O tribunal de Loures condenou a advogada a quatro anos de prisão com pena suspensa e ao pagamento de uma indemnização de 45 mil euros à juíza e a uma procuradora do MP. A advogada recorreu da sentença e o recurso ainda não foi apreciado no Tribunal da Relação de Lisboa. Isto é, Medeiros continua a ser o advogado de Helena Leitão.
A defesa de Rui Pinto já tinha pedido o afastamento do presidente do coletivo, Paulo Registo, que pediu escusa depois de terem sido tornado públicas reações positivas a publicações depreciativas contra Rui Pinto na internet.
Será o Tribunal da Relação a decidir se estes dois juízes decidirão o futuro próximo de Rui Pinto.
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